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KATRINA

Descemos as escadas em silêncio, até que fui praticamente puxada para baixo da mesma pelo Kenedy.

-Ficou louco? -Perguntei visivelmente irritada, mais fui surpreendida por um beijo.

Suas mãos passeavam pelas minhas coxas, acabei cedendo ao seu beijo e enfiei minhas mãos por dentro de sua camisa, Kenedy sorriu entre o beijo e colou ainda mais nossos corpos.

-Kenedy! -Ouvi uma voz forçadamente melosa, Kenedy não se importou, mas eu o empurrei e virei para ver quem era. A tal "Phoenix", me encarava com repulsa, como se eu fosse algum tipo de barata.

-O que foi, Morgana?! -Kenedy perguntou visivelmente irritado.

-Já que você não me procurou... Vim eu mesma me despedir de você.

-E não passou por essa sua cabeça de vento que eu estava ocupado? -Ele aproximou-se dela.

-Pegando baba da boca de outros clientes transmitidos pelo beijo dessa aí? -Ela falou com cinismo enquanto me encarava de maneira debochada.

-Ei! -Reclamei indo em sua direção, mas Kenedy me segurou. -E o que ele deve esperar do seu beijo?! -Dei os ombros. -Sêmen?! -Falei e escutei o riso de Kenedy, e acabei rindo também.

-Escuta aqui seu projetinho de vaga... -Ela começou a falar, mais Kenedy a puxou de forma nada delicada até os fundos da boate, irritada, atravessei o salão e sai sem esperá-lo, foi aborrecimento demais pra uma única noite, eu não merecia tanta dor de cabeça.

Olhei para o poste de iluminação e vi que começava a garoar , escolhi meu corpo e fiquei encostada no carro, não podia entrar, pois estava trancado.

Vi que apesar da hora, a rua ainda estava movimentada, havia um barzinho aberto do outro lado da rua, não seria uma má ideia comer algo, pois estava faminta, então esperei alguns carros passar e atravessei a rua, logo de cara escutei piadinhas vindas de alguns homens sentados em mesas do lado de fora do bar. Os ignorei e fui até o balcão, onde pedi um lanche que pela cara do lugar viria pingando de óleo, e pra acompanhar meu infarto emitente, pedi uma lata de refrigerante.

-Aqui, senhora. -Uma jovem entregou-me, a sacola, sorri de maneira simpática e abri a bolsa para pegar o dinheiro, mas algo prendeu minha atenção, ao fundo da sala um jovem que eu infelizmente conhecia muito bem me encarava com um olhar surpreso e ao mesmo tempo diabólico.

-Pietro... -Balbuciei petrificada. E sem poder evitar, lágrimas brotaram em meus olhos e foi como se meu chão desaparecesse.

Tratei de jogar o dinheiro em cima do balcão e sai pateticamente correndo do bar sem ao menos pegar meu lanche.

Corri entre os carros e quase fui atropelada por um, ouvi várias buzinas mais não me importei, só parei assim que cheguei ao outro lado da rua.

Kenedy estava debruçado sob o carro parecendo me procurar, e pela primeira vez foi realmente confortante vê-lo.

-Kenedy! -Murmurei enquanto corria até ele aliviada.

-Fiquei te pro... -Ele parou de falar assim que viu o meu estado. -O que aconteceu?! O que você aprontou agora, Katrina?

-Abre logo a porcaria do carro! -Falei enquanto olhava pra trás, ele fez o mesmo, olhou para trás tentando achar o motivo de tanto alarde de minha parte.

-O que aconteceu?! -Ele perguntou enquanto apertava o alarme do carro, quando ouvi que as portas estavam abertas praticamente atirei-me no banco de passageiro. -Katrina! O que diabos aconteceu? -Ele perguntou já irritado.

-Vamos logo! -Falei alarmada.

Ao ver que eu não falaria nada, pelo menos não naquele momento, Kenedy adentrou no carro e olhou-me confuso, depois se deu por vencido e enfim deu partida no carro, para o meu alívio.

Olhei para o outro lado da rua e vi o Pietro na porta do bar, provavelmente procurando por mim, era devastador o estrago que ele havia causado em mim, ele me destruiu, destruiu a minha vida e qualquer chance que eu poderia de ter uma vida sadia... Ele era o maior responsável pelo o que eu havia me transformado, e eu o odiava infinitamente.

E de repente lá estava eu, chorando como uma criança que havia acabado de ralar o joelho, chorei descontroladamente, chorei durante todo o percurso, até a volta pra casa.

EVAWhere stories live. Discover now