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KATRINA

Já estava começando a ficar a vontade em ambientes assim, pois geralmente os meus clientes me traziam aqui ou em motéis.

Mas mesmo assim, eu sempre olhava admirada pra cada canto, eu adorava esse “mundo” onde me induziram.

Matheus puxou a cadeira pra mim, depois sentou-se em minha frente, ele fez um pedido para o garçom que saiu nos deixando sozinhos... Os primeiros minutos ficamos em silêncio, apenas nos encarando.

-O que foi? –Perguntei incomodada. –Por que me olha tanto?

-Porque você é muito bonita. –Ele falou e eu sorri de forma irônica.

-Qual é o seu jogo, Matheus? –Falei enquanto o encarava. –Nos dois sabemos que não gostamos da presença do outro... Como você mesmo disse, está me pagando... Não precisa se dar o trabalho de me conquistar para conseguir um beijo... Você pagou pra fazer muito mais. –Falei amargurada.

Ele ficou surpreso com as minhas palavras, mas não deixou de carregar em seus lábios um sorriso irônico.

-Poxa... Quanto desprezo comigo! –Ele bebeu um pouco da água que estava na taça cristalina. –Eu já falei, não vou tocar em você até que me peça... Ou melhor, implore. –Ele sorriu torto e eu revirei os olhos.

-Pois vai morrer esperando. –Falei mau humorada e ele sorriu, um sorriso de enlouquecer qualquer mulher, inclusive eu.

-Eu sou paciente. –Ele falou.

-Qual é a sua? –Me debrucei sobre a mesa enquanto o encarava. –Me trouxe aqui apenas pra jantar e vai me levar pra casa antes das dez? –Falei irônica. –Sei muito bem qual é sua intenção, você não me engana... Conheço essa historia e sei bem como termina. –Voltei ao meu lugar e olhei para as outras mesas.

-Ai que você se engana... –Ele falou e eu voltei a dar-lhe atenção, ergui a sobrancelha e sorri.

-Como é? –Perguntei.

-Você pode ter conhecido vários, mas garanto que igual a mim você não vai encontrar.

-Incrível como você se acha, Matheus. –Falei zombeteira. –Tem um ego do tamanho do mundo.

-Não é a primeira pessoa a dizer isso. –Ele falou sorrindo.

-Claro que não... Isso já não deve ser novidade pra ninguém.

-Você é muito abusada. –Ele falou me encarando e eu dei os ombros.

-Me pagam pela companhia, não para ser agradável com gente que não suporto. –Forcei um sorriso e bebi um gole da minha água.

-Ainda vou fazer com que engula esse tua marra. –Ele falou.

-Boa sorte, Math. –Ele franziu a testa, mas acabou sorrindo no final.

Jantamos em silêncio, deixei que ele escolher os pratos e o vinho, pois eu pouco sabia disso. Mas acabou que tudo estava absolutamente divino, e o vinho nem se fala... Eu havia amado absolutamente tudo, menos a companhia do loiro arrogante.

Assim que comi minha sobremesa, deixei a colher prata brilhante sobre o pote e o olhei.

-Terminou? –Ele perguntou e eu assenti.

Ele não havia me acompanhado na sobremesa, preferiu beber alguma coisa enquanto me observava atentamente.

–Então vamos. –Ele levantou e circulou a mesa, fazendo menção de puxar a cadeira pra mim de novo, mas eu me adiantei e levantei sem esperá-lo.

-Onde vamos? –Falei enquanto ajeitava me vestido.

-Pra lugar nenhum, eu vou pra minha casa e você... Bom, vai fazer o que tem que fazer, a noite acabou. –O olhei assustada.

-Como assim? Só quis jantar comigo?
-Exatamente. –Ele puxou meu braço de maneira delicada a quem assistisse, mas pra mim que estava sentindo, sentia certa força imposta sobre mim.

-Está me machucando. –Murmurei. –Eu sei andar sozinha. –Puxei meu braço de maneira brusca e saí do restaurante sem esperá-lo. –Que idiota! –Sussurrei irritada enquanto olhava em volta a procura de algum dos meninos.

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