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Maratona 3/7

KATRINA

Não sabia se minha história com Matheus seria longa, mas naquele momento pouco me importava. Eu estava naquela de “curtir o momento”.

Matheus era de fases, então eu pouco sabia sobre nossa estranha relação.

Eu nunca tive momento tão feliz quanto aquele. Eu o amava. Amava com a minha vida. E se depender de mim, seria questão de tempo para derreter aquela homem de gelo.

No momento não ligávamos para o que o mundo diria sobre o nosso relacionamento, sabíamos que não seria fácil, especialmente pra ele, mas esse era o preço que ele teria que pagar caso quisesse mesmo ter algo a serio comigo, teria que enfrentar o provável preconceito de seus “amigos”. Seriam inúmeras piadas de mal gosto, olhares impróprios e risadinhas desconfortantes. Fora o Henrique... Isso seria um problema, como sempre foi.

Mas quem disse que a vida é fácil? Como meu pai sempre dizia, é um passo de cada vez, se formos rápidos demais, provavelmente iremos cair, e nos machucar.

A partir daquele momento, eu renunciava ao meu passado, não queria ser mais a Katrina isolada, a abusada ou a “garota de programa”, eu só queria ser a Katrina.

Matheus era minha tábua de salvação, a segunda chance que sempre pedi, e segundo ele, eu também era a sua.

-Não vai ser fácil. –Falei.

-E quem disse que seria? –Matheus falou. –É simples. Eu tenho você, e você tem a mim. É tudo o que precisamos. –Matheus completou, deixando-me no momento, completamente extasiada. –Você não vai surtar outra vez, como fez aquela noite, não é? –Ele perguntou. Acabei rindo de sua pergunta, afastei meu corpo do dele e o encarei.

-Você sempre surta. –Falei. –E eu te agüento. Você é um grande chato. –Matheus sorriu rapidamente, mas logo voltou a sua expressão séria.

-Eu tento ser simpático com você as maiorias das vezes. –Ele falou. Revirei os olhos e balancei a cabeça.

-Se isso é simpatia... Deus me ajude quando você for grosso. –Falei, arrancando outro sorriso do Matheus.

-Vou tentar manter a calma perante as suas burrices. –Matheus falou. Franzi o cenho e passei a mão no rosto.

-Seu bom humor estava bom de demais para ser verdade. –Falei. Matheus não sorriu, mas pegou minha mão e o puxou para ele novamente, beijando o topo da minha cabeça.

-Não posso fazer nada se você na maioria das vezes ache feito uma menina de dez anos. É impulsiva. –Matheus falou, tentei empurrá-lo, mas ele apertou meu corpo ainda mais em seus braços, logo ouvi sua risada, ainda era um som estranho pra mim, pois pouco eu ouvia.

Talvez com o tempo eu conseguisse tornar aquele som tão habitual pra mim, quanto pra ele.

Coloquei minha sobre sua nuca, o puxando ainda mais pra minha direção. Matheus deixou-se levar, aproximou-se ainda mais de mim, envolvendo as mãos em minha cintura descoberta pela blusa curtíssima, ele apertou a mesma, fazendo com que eu me derretesse em seus braços. Ele percebeu isso, pois sorriu entre o beijo e usou sua outra mão para segurar meu cabelo, com certa força, Matheus sabia perfeitamente como deixar uma mulher completamente extasiada, sua confiança era esmagadora. Seus lábios devoravam os meus com necessidade, suas mãos desciam e subiam por minhas costas, causando arrepios involuntários. Quando fui devolver tal sensação a ele, o mesmo afastou seu rosto do meu abruptamente. Eu o olhei sem entender, ainda me recuperando do seu beijo pra lá de quente.

-O quê foi? –Falei sorrindo enquanto passava a mão em meu cabelo. Matheus ainda me tinha em seus braços, eu o encarava totalmente envolvida, ele por outro lado, me encarava com um sorrisinho que eu já conhecia muito bem. –Ah, Matheus! –Tentei argumentar.

-Lembra daquele dia? Do papo que eu só conseguia te enxergar como uma maquina? –Fiquei o encarando enquanto ele me olhava e sorria cinicamente. –Precisamos conversar sobre isso e pensar em uma forma de amenizar sua barra. –Bufei e o empurrei. Qualquer clima existente, ele havia acabado de cortá-lo pela raiz. –Poupe-me! –Virei. Escutei o riso do Matheus, meu sangue estava quente, e meu rosto também. Era a terceira vez que ele me deixava assim, aplicava um “castigo”.

-Quando você quiser reverter sua situação comigo... Ou coisa assim. –Ele aproximou-se de mim novamente. Eu estava de costas para ele, mas conseguia sentir sua presença atrás de mim, seu perfume inconfundível. Matheus segurou meu cabelo e o colocou de lado, deixando meu ombro descoberto, ele distribuiu alguns beijos ali, minha respiração já tinha ido para o espaço. Como eu o odiava quando fazia tal coisa comigo! Ele então, deu outro beijo em meu ombro, dessa vez demorado, eu lutava pra não demonstrar minha reação. –Você já sabe onde é o meu quarto. –Ele sussurrou em meu ouvido, dando um pequeno beijo no mesmo.

-Odeio você. –Murmurei em resposta.

-Sabemos que não é a verdade. –Ele falou em resposta, passando por mim e subindo as escadas, de longe eu podia ver seu sorriso.

Desgraçado! Me contive duas vezes, mas na terceira não pude me controlar.

Desliguei a máquina de lavar e as luzes do primeiro andar, depois subi até o meu quarto.

Hoje não! Eu não seria a pessoa a dormir na vontade.

EVAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora