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KATRINA

Camila viria no mesmo carro que Kenedy e eu, pois o "evento" dela, seria no mesmo caminho que o do meu. Kenedy entrou no carro e destravou as portas, Camila e eu íamos atrás, mas o perturbado não deixou.

-Eu não sou motorista de ninguém, pode vir uma na frente! -Ele falou mal-humorado.

Camila e eu nos entre olhamos.

-Ok, eu vou! -Falei entediada e ela sorriu.

Abri a porta e sentei no banco do passageiro ao lado que animal que tentou a sorte comigo minutos atrás.

O trajeto inteiro ele foi nos falando o que teríamos que fazer, Camila me deu dicas de como se portar, eu ouvia tudo com atenção enquanto a olhava.

-Volto pra te buscar nesse mesmo lugar, as 23:30hr. -Kenedy falou antes da Camila sair.

-Ok, tchau! -Ela acenou e esperamos ela encontrar seu par, pelo que vi era um venho que deveria estar na casa dos quarenta anos, ela a recebeu com um sorriso, só então o Kenedy deu partida.

-Você está muito bonita. -Ele falou sem me olhar.

-Obrigada, Kenedy... -Falei pra parecer gentil, mas sabia que nisso havia interesse.

Ficamos o resto do caminho em silêncio, ele entrou em uma das ruas mais caras da cidade, olhei admirada para os inúmeros edifícios de luxo que existiam ali.

Kenedy estacionou em frente de um edifício espelhado, tinha vários homens e mulheres muito bens vestidos, estava muito bem decorado na recepção e eu já imaginava como estaria por dentro, nem nos meus melhores sonhos eu imaginaria que viria em um lugar como este, mas o que estragava era saber o que me esperava além de ser uma simples acompanhante.

Tinha vários homens desacompanhados na recepção, quando estava prestes a sair, Kenedy segurou meu pulso, virei para encará-lo.

-O que foi? -Perguntei impaciente.

Ele não respondeu nada, apenas veio em minha direção para dar-me um beijo, desviei o rosto e ele sorriu torto.

-Não posso borrar meu batom. -Falei e pisquei, desembarcando do carro. -Sei que você vai estar me esperando aqui quando eu terminar, então tchau. -Fechei a porta e respirei fundo, passando a mão pelo cabelo e indo até a recepção.

Recebi alguns olhares, alguns maliciosos vindo dos homens desacompanhados e alguns de repulsa das mulheres, eu tentei parecer blindada, fingir que nada me aborrecia, assumi minha melhor postura e caminhei em passos cautelosos até o salão.

-Eva? -Ouvi uma voz masculina e meu coração disparou, fechei os olhos e tentei ser a Eva que ele esperava encontrar, virei e sorri gentilmente.

-Olá! -Ele sorriu de forma calorosa e me estendeu a mão, aceitei e fui até ele, dando dois beijos em sua bochecha, virei para encará-lo, ele era loiro, olhos claros e mesmo de salto eu era pequena ao seu lado, deveria estar na casa dos trinta e cinco, era muito bonito, e constatei assim que ele se aproximou que era cheiroso também, perfume importado... -E você, é...? -O olhei sorrindo.

-Khaes, Eduardo Khaes. -Ele respondeu sorridente.

-Muito prazer... -Ainda sorria.

-Vamos entrar? -Ele perguntou e só então notei que ele tinha um certo sotaque, não era daqui...

-Vamos. -Ele me abraçou de lado, segurando minha cintura de forma possessiva e me guiou até o salão, onde constatei o que imaginava, era quase um palácio, tudo muito fino, pessoas bonitas, musica clássica, estava sutilmente cheio.

Ele deveria ser rico pra estar ali, com certeza... Mas com essa idéia, vinha um duvida: Por que um cara bonito como esse, jovem e rico estaria sozinho? Precisando pagar uma acompanhante? Está aí uma coisa que nunca irei compreender.

Ele me apresentava para outros caras, que também estavam acompanhados de jovens como eu, servíamos de troféus para eles erguerem e exibirem para os outros na festa, éramos objetos raros.

Eu sorria e recebia vários elogios e era cortejada por muitos, todos elogiavam Eduardo por ter uma acompanhante tão bonita, coitados!

Mal sabiam eles que se tivessem a quantia certa, eu poderia ser o que eles precisassem.

EVAWhere stories live. Discover now