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KATRINA

Eu podia sentir sua fúria irradiar há metros de distância, ele cerrou os olhos e voltou a segurar meu corpo, dessa vez com ainda mais força, eu não exitei, nem voltei atrás, continuei a olhá-lo.

-Você gosta do perigo, não é? –Ao ver que eu não respondia, ele apertou meu braço e me trouxe ainda mais perto de si, eliminando a distância entre nós. –Gosta de brincar com o fogo... –Ele se inclinou e sussurrou bem próximo do meu ouvido. –Mas o fogo pode queimar... –Ele afastou-se e me encarou com aqueles olhos claros estranhamente lindos.

-Eu não ligo... –Falei –O fogo sempre me fascinou, e não é agora que vai ser diferente. –Puxei meu braço e toquei o mesmo, verificando se havia algum hematoma por conta da força que ele impôs em mim, seus dedos ficaram marcados em meu braço, eu alisei o mesmo. –E você pode pedir o seu dinheiro de volta se não ficou satisfeito com os meus serviços senhor. –Falei sarcasmo e esbocei um sorriso debochado.

-Seus serviços? –Ele riu com nervosismo.

-Exatamente... Mas acho injusto, sabe por que? –Ele ficou em silêncio esperando que eu continuasse. –Eu não tenho culpa se você não foi homem o suficiente pra fazer com que eu sentisse prazer e... –Ele não esperou que eu terminasse de falar, me segurou pelos ombros, arrastou-me até a parede do quarto e me jogou com brutalidade contra ela, soltei o ar com o impacto e o olhei indignada.

-Cala a porcaria da boca! –Ele rosnou ainda me prendendo a parede. –Você é muito atrevida, ponha-se no seu lugar! –Ele aproximou seu rosto do meu, eu sentia e ouvia sua respiração, eu estava alarmada, tinha medo do que ele era capaz de fazer, pois eu havia o irritado. –Eu deveria te jogar nessa cama e fazer você gritar pra que o mundo todo ouvisse o quanto você é fácil, o quanto você se derrete quando um homem como eu te toca... Desse jeito... –Suas mãos começaram a passear meu corpo, meu corpo estava começando a ficar febril e eu tentava ao máximo não demonstrar o quanto ele mexia comigo.

-Me solta... –Tentei empurrá-lo, mas ao mesmo tempo não queria me afastar, nesse meio tempo não perdíamos o contato visual, seu corpo era como um imã pra mim.

-Você quer que eu te solte? –Ele murmurou roucamente, eu senti meu corpo estremecer. –Porque seu corpo diz completamente ao contrário. –Quando ele tocou minha intimidade, precisei segurá-lo para não cair, fechei meus olhos enquanto seus dedos trabalhavam em êxtase. –Você gosta disso... –Quando um de seus dedos me penetrou, eu não pude conter um gemido baixo, escutei seu riso e logo ele se afastou de mim, abandonando meu corpo. Abri meus olhos e o olhei irritada, ele havia acabado de brincar comigo. –Eu não vou tocar em você... Até que você peça! Peça por mim, peça pelo meu toque...

Senti meu rosto queimar, eu o odiava!

-Pois então vai morrer esperando! –Falei irritada.

-Ah... Vou é? -Ele falou cinicamente. –Vamos ver então. –Me aproximei e o encarei.

-Promessas vazias e sem sentido... Isso me cansa. –Falei e ele sorriu torto.

-Eu não estou fazendo uma promessa, estou afirmando... Não vou parar até que você esteja se arrastando aos meus pés, vou fazer você engolir toda essa petulância infame que existe em você, vou te por em seu lugar, mostrar que você não é nada... Nada além de uma vadia qualquer, que tem que se portar como qual! –Sem medir conseqüências eu virei um tapa em seu rosto, ele me olhou incrédulo, não acreditando em meu gesto.

-VOCÊ É UM NOJENTO! –Gritei e peguei minha bolsa, indo em direção a porta, abrindo a mesma.

-Guarde minhas palavras... Eva. –Ele falou com a voz carregada de fúria e deboche, virei e ergui minha mão, mostrando o dedo do meio para ele.

-Vai se ferrar! –Falei e sai porta a fora, batendo a mesma com força e descendo as escadas com pressa, ao passar reto pela garagem onde estava seu carro, voltei ao ter uma ideia. –Vai ver quem vai ferrar quem. –Murmurei baixinho e tirei o salto, circulando o carro e atingindo inúmeras vezes a porta do motorista, repeti o processo com o vidro, mas de nada adiantou pois com certeza o carro era blindado.

Depois de ter meu ataque de fúria mal resolvido, bufei irritada e me apoiei no carro para calçar novamente o salto.

Respirei fundo e passei a mão no rosto, andando apressada até a saída daquele lugar.

EVAWhere stories live. Discover now