010

1.5K 125 1
                                    

KATRINA

Henric se aproximou de mim lentamente, como se ele fosse um lobo pronto para o ataque, e eu a ovelha indefesa.

Me afastei alguns centímetros, já sentia meu coração bater depressa, minha respiração estava denunciado o medo que ele me causava, e ele parecia gostar disso, pois sorriu sarcasticamente e um pulo ele já estava segundo meus ombros.

-Tem medo de mim? -Ele perguntou friamente.

-N-não. -Merda! Eu havia me entregado ainda mais.

-Eu não machucaria esse rostinho... -Ele tocou meu rosto e eu fechei os olhos. Era como se o Pietro estivesse em minha frente, os dois tinha a mesma falta de humanidade. -Pelo menos não agora... -Ele sé aproximou ainda mais, sentia sua respiração quente próximo ao meu rosto, assim como sua barba pairava em minha pele me causando arrepios involuntários. -Você já aprendeu uma coisa sobre mim, Katrina... Por isso gosto de você. Você é inteligente, capita as coisas na hora. Eu gosto de ser temido!

Ele tocou o meu pescoço, parecendo que ia fazer uma carícia, mas não foi assim, ao invés disso ele apertou e me prensou contra a parede lisa atrás de mim, arregalei os olhos e encontrei a frieza de seu olhar verde sobre mim.

-Pa-para... -Pedi, colocando a minha mão sobre a dele.

Ele continuou me apertando por mais uns 15 segundos, e assim que me soltou, respirei aliviada e coloquei a mão onde ele havia apertado.

-Eu só queria que você entendesse como as coisas funcionam aqui.

Ele deu a volta e sentou-se em uma cadeira grande, de couro na cor preta, era seu trono...

Ele se sentia o grande rei...

Coitado!

-Mas pelo visto você já entendeu, não é? -Assenti e ele sorriu. -Muito bem, Katrina. -Ele abriu a gaveta de sua mesa e mexeu, parecendo procurar por algo. O que seria? Meus olhos curiosos o fitavam. -Aqui! -Ele falou friamente, depois puxou uma câmera, daquelas pretas profissionais.

Ergui a sobrancelha e o encarei desconfiada.

-Tenho que ter algumas fotos para te apresentar ao mundo, não é?! -Ele levantou e circulou a mesa, sentando sobre ela enquanto ajeitava os últimos detalhes da máquina. -Tira a blusa e a calça. -Permaneci imóvel. -Eu não vou repetir! -Ele falou com a calma de um psicopata.

Ergui minha blusa, a retirando e deixando cautelosamente sobre o chão, repeti o processo com calça.

-Pronto... -Falei com os braços em frente ao meu corpo.

-Muito bem! -Ele sorriu. -Só vou tirar uma ou duas fotos. -Ele falou sem muito entusiasmo. -Se ajeita aí.

-Como? -Perguntei receosa.

-Sei lá. -Ele coçou a nuca. -Tenta sorrir, fica mais solta... Eu não sei! Só desfaz essa cara de velório.

-Tudo bem. -Murmurei. -Só um minuto. -Pedi.

Fechei os olhos e tentei ignorar o fato de estar semi-nua na frente de um estranho, me foquei na ideia que seria assim daqui pra frente, ou eu me acostumava e lutava com isso ao meu favor, ou eu desistia e voltava pra vida desgraçada de abusos exagerados e nenhum retorno.

Essa sou eu agora!

Eu tinha que aceitar.

-Pronto. -Respirei fundo e abri os olhos, exibindo um dos meus melhores sorrisos, digno de cinema.

-Isso aí. -Henri pareceu satisfeito e tirou como prometido duas fotos, uma de perfil e outra do corpo.

-Posso me vestir? -Perguntei.

-Pode. -Ele falou sem me olhar.

Abaixei-me para recolher minhas roupas, e vi dois pés entrando no meu campo de visão, ergui o olhar e vi que ele me encarava fixamente, quase não piscava. -Levanta! -Obedeci e o encarei.

-O que foi? -Perguntei.

Ele sorriu de canto, se aproximou ainda mais, segundo meu queixo fazendo com que eu levantasse o rosto e o encarasse perfeitamente.

-Bem-vinda, Eva! -Ele piscou e saiu da sala, me deixando sozinha.

EVADonde viven las historias. Descúbrelo ahora