Duas gatinhas brincando

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a arte da capa foi feita por @Iam_Phany (user no twitter), mostra a Catra na camisa da Red Horde.

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É segunda-feira à noite. Ambas, Catra e Adora passaram o dia todo ocupadas e só foram se falar de novo perto do final da tarde.

Catra

Hey Adora

Quer jantar aqui em casa?

Adora

Na sua casa?

Catra

achei um mercado brasileiro

comprei coisa

jantar brasileiro kkkkkkk

a gente conversa sobre ontem

com comida é melhor

Adora

okay

Adora não sabe bem a razão de ter aceitado, mas agora já está aqui. Depois daquela conversa, chegou em casa, tomou um belo banho, vestiu umas roupas casuais – saia e sandália preta simples, regata branca com decote em V – pegou o endereço da garota e, ao descobrir que ela mora a menos de 1km de distância, foi até lá a pé.

Agora, ela se encontra de frente à porta do apartamento de Catra, esperando ser atendida e refletindo sobre as suas decisões de vida. "Por que eu aceitei? Sem nem mesmo falar com Bow e Glimmer, ainda por cima!", se pergunta. "Ai minha santa Eternia, isso foi tão idiota".

A porta se abre e Adora dá com uma versão de Catra que não achou que veria tão cedo: sorridente, animada, e vestindo um terno. E não é um terno qualquer: é um terno negro com cauda, justo, marcando a cintura, camisa social branca, gravata-borboleta vermelha. A loira abre a boca, surpresa.
- Fecha a boca senão entra mosca – provoca Catra, levantando a sobrancelha numa expressão de malícia. Ela agarra Adora pelo pulso e a puxa pra dentro.
- W-why are you wearing a suit? – "p-por que você está usando um terno?", gagueja Adora. A brasileira olha para a loira com uma expressão confusa.
- Suíte...? Não é uma suíte não, é mais uma quitinete.
- Quê?! Não, eu não disse "suíte", eu disse "terno"! – Adora consegue entender a confusão pela similaridade da palavra portuguesa com a inglesa para "suíte" e "quitinete". Catra lança um olhar vazio à loira e a faz se sentar.
- Ahn... comida – ela diz – trazer comida.
- Sim, claro...

Adora se pergunta o motivo da brasileira parecer tão animada e sorridente, e por que a convidou para jantar. Nem sabia que ela sabia cozinhar. Seja o que for, o cheiro é bom, e forte. Catra volta da cozinha com uma cumbuca de arroz branco e uma panela de feijão ("Quem come feijão à noite?!", pensa Adora, exasperada), vai à cozinha mais uma vez e volta com uma travessa coberta de cebola frita que faz Adora se perguntar o que deve haver por baixo de tanta cebola, e outra com um alimento amarelo que nunca viu na sua vida. E ela ainda resolve voltar mais uma vez à cozinha! Adora aproveita o momento para pegar seu celular e checa como se diz "terno" em português. Catra volta com uma cesta de temperos e um pote de plástico de molho de pimenta que não parece nem um pouco com essas coisas industriais que ela costuma ver no mercado.
- Por que você está tão feliz? – pergunta Adora quando Catra se senta do outro lado da mesa.
- MANO! Eu achei um MERCADO BRASILEIRO! Como que eu não vou tá feliz, véi?! – ela mete a mão na travessa da comida amarela desconhecida – isso é "mandioca frita". Melhor que batata.

Adora experimenta a tal mandioca. Parece mais densa, mais pesada que batata, mas é boa. Ela ainda prefere suas batatinhas fritas de palitinho, mas gosta da variação. Do outro lado da mesa, Catra já monta um prato farto de comida, despejando feijão por cima do arroz e tirando um bifão enorme debaixo daquela massa de cebola. O cheiro é incrível. Timidamente, Adora começa a colocar comida no seu prato.
- Por que o terno? – ela torna a repetir, e adiciona em português – terno.
- Ahhhh! Então era isso! Sei lá – ela dá de ombros – eu queria um terno, comprei domingo. Nunca tenho terno antes. Sempre querer. Aí... huh... como fala "lembrar"? Ah, foda-se. Você usou um terno pra pedir desculpas para mim, achar que era algo de cultura eteriana.
- Você tá usando o terno pra pedir desculpas? – pergunta Adora, achando graça. "Tá funcionando", completa em pensamento. São raros os momentos em que acha alguém sexy, mas Catra conseguiu esse feito. Só de vê-la assim, Adora sente vontade de tocá-la e beijá-la. Morde os lábios de leve, controlando o desejo.

Gringa Grudenta - (Catradora)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora