Loira odonto do caralho

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A fanart da capa desse capítulo foi feita por uma leitora minha no Spirit Fanfictions. O user dela lá é @goiabada146. Fiquem com a história.

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Uma semana se passa e o dia do jogo de estreia de Catra finalmente chega. Durante aquela semana, Netossa e Scorpia haviam feito o que podiam para inteirar Catra da situação do time em cada campeonato que estavam participando, e a estimularam a criar o maior número possível de oportunidades para o ataque a cada coletivo. Só o que Catra pode dizer é que humilhar aquela volante reserva é ainda mais fácil do que humilhar Octavia. Catra chegara até a marcar um golaço de falta durante um dos treinos, momento no qual até mesmo a treinadora Weaver se rendera e aplaudira lentamente da beira do gramado.

"Adora". Ela passara a semana inteira ouvindo esse nome, de Scorpia, de Netossa, daqueles jornalistas na entrevista, da treinadora Weaver. Quase criaram expectativa suficiente para Catra recear um encontro com ela. Quase, mas no final das contas a brasileira continua bem confiante em suas habilidades. Logo depois de se trocarem no vestiário e ouvirem Weaver dar um discurso que, pelo seu tom de voz não parecia nem um pouco motivacional para Catra, as jogadoras partem para o túnel que dá entrada no campo. Catra se sente feliz por finalmente estar oficialmente vestindo aquela camisa vermelha e vinho com shorts e meias brancas. Ela se posiciona bem atrás da garota com um número 13 nas costas, cabelos black trançados e o nome "Lonnie" em caixa alta na camisa. A reconhece como a garota que sempre fica na ponta direita nos treinos e que estava acompanhando Scorpia e Netossa no dia da sua entrevista de apresentação. Não havia conversado muito com ela, mas reconhece seu talento.

As garotas do Royal Grayskull chegam e se posicionam numa fila ao lado das Red Horde. Catra franze o cenho vendo os seus uniformes: ela já havia visto fotos na Wikipédia, mas vendo pessoalmente aquele roxo e amarelo é ainda mais esquisito. "Meu deus do céu quiporréessa", ela pensa. A garota que para bem ao seu lado é uma baixinha de cabelo rosa que fica sussurrando algo com a garota da frente, uma loira branquela de rabo de cavalo. Um número 5 com o nome "Adora" às costas faz o alarme interno de Catra soar. Ela olha para trás na fila, procurando por Netossa. A ponta-esquerda é a última da fila. Catra acena, chamando a atenção dela. Netossa gesticula com a cabeça como quem diz "fala".
- Cêis tão real querendo que eu fique preocupada com essa loira odonto aí?! E qual que é a porra do problema com o designer do uniforme delas?! – ela pergunta, incrédula. Netossa parece surpresa a princípio, e então responde com um olhar duro de seriedade que envia uma onda de calafrios pelo corpo de Catra. Esse olhar a faz pensar na treinadora Weaver.

Os dois times começam a entrar em campo, e Catra se surpreende com o quão lotadas as arquibancadas estão. Ela nunca tinha visto nada assim quando disputava o Campeonato Brasileiro. Ambos os times são originários da capital, Bright Moon, então embora o jogo teoricamente seja em casa para a Red Horde, o estádio parece perfeitamente dividido ao meio, com uma massa em vermelho e vinho de um lado e o roxo e amarelo do outro. É uma noite fresca, e poderosos holofotes iluminam o estádio.

As duas equipes se posicionam em linhas, uma de cada lado da equipe de arbitragem, e o hino de Etéria é tocado. A música é marcada por instrumentos de sopro e percussão fortes, com vocais femininos em coral e um piano que abusa de notas mais graves de fundo, que entra em momentos estratégicos do hino roubando a cena para si. Ou talvez seja um órgão? Catra não sabe dizer. Após o hino ser finalizado, as jogadoras da Royal Grayskull passam cumprimentando as da Red Horde. A capitã, que lidera a fila do time adversário, consegue ser ainda mais giganta do que Scorpia, observa Catra: ela é que não vai entrar numa disputa física com essa monstra tão cedo.

Quando Adora aperta a mão de Catra, os olhos das duas se prendem sobre a outra por um segundo a mais. Catra sorri de lado maliciosamente, como quem diz "eu vou te devorar", enquanto Adora permanece numa postura focada, neutra, inabalável. Várias provocações verbais passam pela mente de Catra, mas nenhuma é proferida. Logo ela está apertando a mão daquela baixinha de cabelo rosa que vinha logo atrás de Adora. Quando ela se afasta, Catra vê seu nome nas costas.
- "Glitter"? Mina, que que teus pais tinham na cabeça?! – ela se pergunta.

Gringa Grudenta - (Catradora)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora