Capítulo 26 - Talvez seja o destino (cont...)

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Quando finalmente tive a chance...   Bella chutou minhas bolas quase que literalmente, um orgulho enorme se apossou de mim no momento por mais que tenha doído como o inferno cair de cara no chão totalmente desprevenido. Fiquei feliz em saber que ela conseguia se defender apesar de odiar o pensamento dela ter de faze-lo mas o sentimento logo se foi quando rapidamente outra coisa me veio em mente... por que ela sabia se defender tão bem?

Quando sua voz me trouxe de volta a realidade eu sabia que algo em sua historia não seria belo de se ouvir, sua voz era firme, seu corpo rígido e preparado para qualquer ataque, tudo nela mostrava força, determinação e nenhum pingo de medo, eu não consegui dizer nada por um breve momento, congelado por sua coragem e força, me segurei para não sorrir ou rir de mim mesmo. Eu deveria ser melhor que isso, sempre odiei julgar as pessoas e o que fiz? Julguei-a por sua aparência, mas a menina era boa, ela sabia atuar com perfeição, me enganou direitinho.


Por algum motivo desconhecido ou milagre, ela confiou em  mim naquele dia e me ouviu, ouviu quase tudo que tinha a dizer mas fomos surpreendidos e no meio de toda a confusão eu perdi as forças, perdi a cabeça ao te-la tão perto, sentir a textura de sua pele molhada contra a minha, sentir seu cheiro e encarar aqueles belos olhos tão de perto me levou a loucura e me vi beijando-a. Tentei dizer a mim mesmo que era para nos tirar de qualquer encrenca em relação aos malditos que nos cercavam naquela rua deserta em meio a chuva, mas...  no fundo sabia que não era por isso, eu poderia ter encontrado outra forma de sairmos sem te-la beijado mas eu não poderia, não conseguiria e honestamente não queria perder a chance de te-la nem que fosse somente uma única vez em meus braços. Eu estava completamente fora do eixo, esse não era eu, mas algo me puxava para Bela, era como a gravidade não havia como ir contra.

O beijo a pegou de surpresa, seu corpo se tensionou completamente, virando mármore em minhas mãos, ali soube que havia ultrapassado os limites,  me preparei para a surra que me daria e todas as palavras e maldições que sairiam de sua bela boca mas elas não vieram e quando ela correspondeu ao beijo relaxei me esquecendo de tudo e todos ao nosso redor.

Quando nossos lábios se encostaram senti algo diferente em meu peito, como se ele tivesse se expandido de alguma forma, aberto uma porta e mostrado que ali havia um novo lugar, um novo residente. Separei meus lábios dos dela, confuso, sem entender que porra era aquela, como poderia estar sentindo isso por alguem que havia acabado de conhecer, literalmente. Eu estava atraído por ela não poderia negar, mas essa sensação era algo diferente era, algo mais...

Ficamos ali parados na frente um do outro, abraçados, esperando impacientemente que os idiotas fossem embora e finalmente pudéssemos ir para casa. Eu precisava contar para ela o mais rápido possivel minhas suspeitas, eu precisava mante-la segura, pensar que ela poderia passar pelo que Keila passou me fazia doente, furioso.

Meu corpo tremia não só pelo frio, pelas roupas molhadas, mas de ódio, de pensar que se não tivesse seguido-a hoje ela poderia estar sozinha nas mãos desses filhos da puta. Sem sequer perceber me pego abraçando-a com mais força como se o mínimo espaço entre nos a colocasse em perigo.

Fechei meus olhos e respirei fundo, precisava me manter sobre controlar afinal de nada adiantaria me virar e chutar a bunda desses malditos bêbados, por que em sã consciência eles não estavam, não mesmo.

Abro meus olhos assustado ao sentir seus lábios contra os meus, olho chocado, sem entender, completamente sem reação. Quando me recuperei já era tarde, ela se afastou ou tentou pois não a deixei sair de meus braços, nossos olhares se encontraram e por mais que ela mantivesse aquele queixinho abusado em pé se mostrando completamente indiferente eu podia notar em seu olhar  um lampejo de tristeza e raiva. Aquilo me quebrou por dentro, merda, eu não queria rejeita-la, não mesmo! Eu só... fiquei chocado que ela houvesse tomado a iniciativa, que talvez ela também sentisse algo e estivesse tão confusa quanto eu.

ConfinadaWhere stories live. Discover now