Capitulo 12 - Sem rumo

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Meu corpo pulsava com a dor mas permaneci imóvel, por horas, minutos ou dias não saberia dizer, permaneci escondida nos fundos de um pequeno bar. Sem ter como correr do maldito policial me atirei na primeira entrada que consegui, me trancando em um pequeno armário atras de uma enorme pilha de lixo.

Encolhida, ofegante e com dor, agarrei meu corpo o mais forte possivel, enterrando meu rosto entre minhas pernas e tampando minha boca com uma das mãos. Meu coração batia acelerado, minha respiração descompassada, me fazendo arfar. Precisava me manter em silencio, quieta ou seria descoberta.

Continuo ouvindo-o me chamar, gritando meu nome, dizendo que ele sentia que estava perto, que não poderia ter ido tão longe com a perna ruim, que só queria me ajudar. Besteira! Nunca queriam só isso, sempre queriam mais, exigiam mais e no final sabia que se me pegassem tomariam tudo de mim, ou o que restou de mim pelo menos.

Precisava sair dessa cidade o mais rápido possível, o cerco estava se fechando e eu sentia em cada parte de mim que se fosse pega tudo estaria acabado. Não sabia em quem confiar, na verdade sabia que não poderia confiar em ninguém mas não aguentava mais, por que tudo sempre tinha que ser tão ruim para mim? Eu estava tão cansada disso tudo. Senti lagrimas escorrendo de meu rosto e não pude fazer nada, o medo me paralisava, só de pensar que um barulho se quer poderia atrai-lo pra mim meu estômago se contraia. Não, não era de fome, apesar de não saber a ultima vez que tive um refeição descente, sabia que toda essa dor era medo, medo de ser pega, medo do que fariam comigo, medo de acabar tendo o mesmo triste fim de mamãe.



Quando a noite finalmente deu o ar da graça, respiro um pouco mais aliviada afinal seria mais fácil me esconder entre as sombras e sumir dali o mais rápido possível. Em silencio e o mais vagarosamente possivel empurro a pequena porta de madeira do velho armário que me escondi, apurando meus ouvidos tento ouvir tudo ao meu redor porem não sei se como um bom ou mal pressagio somente encontro silencio.

Respirando fundo aquele ar pútrido de lixo, criando coragem me esgueiro vagarosamente,  sentindo cada milimetro de meu corpo reclamar. Quando dou o primeiro passo, mordo a mão tentando abafar um grito de dor, havia algo de errado com minha perna, a dor estava em um nível muito acima de antes, mal conseguia colocar o pé no chão.

Resoluta, me arrasto pelas ruas, mordendo minha bochecha a cada passo, a dor podia ser enorme mas a vontade e necessidade de sair daquele lugar era maior ainda. Me movi vagarosamente pelas sombras, me mantendo o mais escondida possível, foram horas assim, quando finalmente cheguei a pequena rodoviária meu corpo não aguentava mais, me sentia quente, a perna latejava, a cabeça pulsava, sabia que estava a um tris de desabar mas não podia, sabia que se fizesse isso minha unica e ultima chance de liberdade estaria perdida. Só precisava me forçar mais um pouquinho e depois poderia finalmente descansar.

Me arrasto até o pequeno local da venda de passagens, para minha sorte ele permanecia aberto até tarde devido o horário de algumas viagens. Sem precisar pensar olho o grande mapa pregado na parede e escolho o destino mais longe possivel, daqui até o destino final teria uma enorme quantidade de cidades que poderiam vir a ser meu futuro lar, seriam horas de viagens e paradas para se pensar e decidir.

_ Boa noite! Em que posso ajuda-la? - uma atendente entediada me comprimento quando me aproximo do caixa, o que me é muito conveniente visto que mal me olha ou pede quaisquer documentos.

_ Uma passagem para Mata dos Confidentes, por favor. - falo tentando soar o mais firme e forte possível.

_ O próximo ônibus sai daqui uma hora...

ConfinadaWhere stories live. Discover now