Sinto aquela incomoda sensação em meu corpo, um arrepio insistente de alerta, mas não tão forte e angustiante como a maioria havia sido por toda a minha vida mas um que me fazia ficar alerta, cuidadosa.
A chuva havia apertado e eu mal estava no meio do caminho para casa, sequer conseguia enxergar onde pisava, com sorte todo o caminho estaria iluminado mas aquela sensação de estar sendo seguida ou vigiada estava torcendo-me por dentro.
Conhecia o caminho de olhos fechados, mas com essa chuva, com as luzes pouco ajudando eu era um alvo fácil e isso me irritava, muito. Sem pensar duas vezes virei em uma esquina e me agachei no vão na entrada de uma loja, me escondendo nas sombras. Fiz o máximo possível para manter minha respiração regular e silenciosa, esperando... mantendo os ouvidos bem atentos a qualquer barulho e... bingo!
Passos soavam vagarosamente, se aproximando mais e mais quando de repente pararam, me mantinha quieta, esperando o próximo ato do sujeito. Ele resmungava algo baixinho, indo de um lado ao outro, pelo menos era o que parecia pois o som de seus passos se aproximavam e se afastavam. Quando seguiu em frente e passou por mim, canalizei toda a raiva que sentia, toda a energia acumulada dos últimos dias, semanas e o ataquei pelas costas, chutando por trás dos seus joelhos e o fazendo cair de cara no chão.
_ Mas que merda... - o homem exclamou. Pensei rapidamente em correr e aproveitar a vantagem de sua queda mas congelei no momento em que reconheci sua voz.
_ Você!? Mas por que diabos você esta me seguindo? Acho bom me explicar agora mesmo ou vou chamar a policia.
_ Nada de policia OK, só fique calma. Ai! Merda acho que cortei o braço.
_ Se esta fazendo isso achando que vou ficar com dó esta enganado, fale logo ou ...
_ Só se acalme - diz se levantando. - Eu só queria garantir que você chegasse bem em casa, eu juro!
_ Como você sabe onde moro? - me controlo para não gritar.
_ Sei que pode parecer estranho mas eu segui você aquele dia.
_ Você o que?
_ Me deixe explicar, só peço isso. Eu não sou qualquer maníaco, tarado ou coisa do tipo, eu juro.
_ Isso é o que um tarado, maníaco ou coisa do tipo diria. - rebato! Estranhando o quão confortável estou em conversar com ele apesar de tudo.
_ Será que poderíamos pelo menos sair da chuva? Mal consigo ver você.
_ Não! Você vai parar de enrolar e dizer logo o por que de estar me seguindo ou prefere que eu chame a policia e você explique em uma cela quentinha?
_ Uau! Ok! Pois bem, você estuda na universidade local, certo? - não respondo o que faz ele continuar - você não vai facilitar não é mesmo?
_Cara eu não te conheço, estava sendo perseguida por você e você ainda quer que forneça informações sobre mim? Você tem sorte que eu não chutei sua bunda e sai em busca da policia ainda.
_Bom ponto. Bem... Crendo que sim, você estuda, você deve ter ouvido sobre o ataque a uma menina a alguns últimos dias - seus punhos se fecham na lateral de seu corpo.
_ Sim - quase rosno a resposta, sentindo o ódio queimar minha pele.
_ Eu sou irmão dela, Keila é minha irmãzinha.
_ E como sei que isso é verdade? Eu não conhecia a menina...
_ Céus, você é difícil mulher - ele coloca a mão no bolso, me fazendo dar dois passos para trás, preparada para correr. - Ei! Se acalme! E só meu celular, olhe! - ele vira o aparelho e me mostra. Digitando uma serie de numero rapidamente ele aperta um botão e a chamada se inicia, colocando no viva voz ouço uma voz feminina atender.
KAMU SEDANG MEMBACA
Confinada
RomansaAriela nunca conheceu o lado bom da vida, desde que nasceu sua vida vida foi banhada em trevas, medo, escuridão. A única fagulha de felicidade e amor vinha de sua mãe, que lutava bravamente todos os dias para mantê-la segura e feliz por mais que iss...