Capitulo 14 - Escolhas difíceis

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Três semana depois... 

Acordo assustada quando uma mão bruscamente cobre minha boca, abro meus olhos rapidamente me forçando inutilmente a enxergar algo na escuridão do quarto. Com toda a minha força me debato tentando me soltar do forte aperto até ouvir sua voz calma porem apreensiva em meu ouvido.

_ Eles nos acharam criança. Preciso que se acalme, respire e saia o mais rápido daqui, enquanto tento distrai-los. - aturdida aceno a cabeça em confirmação e ela solta vagarosamente meu rosto de seu aperto.

_ Querida preste atenção, não importa o que ouvir, fuja! Somente fuja! Esqueça tudo e fique segura, lembre de tudo que tentei ensina-la e principalmente seja feliz minha doce criança. - faz um leve e rápido carinho em meu rosto.

_ Mas...

_ Nada de mas... - diz me puxando da cama, me levando silenciosamente aos fundos da casa onde mantinha uma pequena saída escondida para qualquer emergência. Tremendo, olho em seus olhos, implorando que viesse comigo mas se viu o apelo em meus olhos o ignorou e continuou nos levando rapidamente para a saída. Nunca pensei que confiaria em alguém novamente mas ela me ajudou tanto, deu tanto de si por mim quando não dei nada para retribuir...

Saio dos meus devaneios quando um barulho de vidro quebrando e passos pesados ecoam pelo lugar.

_ Corre Arabella, agora! - me empurra pelo pequeno buraco estreito entre as tábuas da parede me entregando minha mochila.

Chorando e ainda em meus pijamas saio correndo da pequena casa que me abrigou nos últimos dias, da mulher de pequena e frágil aparência porem de enorme força e apesar de tudo que lhe aconteceu um coração ainda capaz de amar e cuidar de alguém. A única pessoa capaz de ignorar toda a minha raiva, ódio e dor do mundo e me fazer ver alem de tudo que estava sentindo, me fazendo entender o quão em perigo estava me colocando deixando ser levada pela dor e pelo ódio, que se seguisse assim acabaria sendo pega pelos malditos amigos de papai.

Correndo como se o próprio demônio estivesse em meu encalço ouço os grito vindo da pequena casa, mesmo longe posso ouvir o som da enorme confusão instaurada dentro do local. Meu coração para em uma briga interna e dolorosa contra meu cérebro. Queria ser mais forte, tirar esse medo de mim e ir defender a única pessoa que me ajudou sem nem se quer pedir nada em troca. Paro por um momento pensando, lutando com tudo, querendo voltar e ajuda-la até um alto e ensurdecedor barulho me fazer congelar no lugar, minha respiração travar e meu corpo inteiro tremer.

Um tiro!

Arregalo os olhos, tampo minha boca para conter o grito de pavor prestes a romper de mim e me viro correndo o máximo que consigo, dando tudo de mim e mais um pouco, chorando por nunca ter se quer agradecido a mulher que pode ter dado sua vida para me salvar.

Corro sentindo meu pulmões queimarem, minha perna reclamar do tanto que forço seus músculos ainda em recuperação e meu coração ou o que resta dele querendo sair de mim ao mesmo tempo que o que restou de si se quebra por mais uma perda.

Quando as lagrimas me impedem de continuar e quase caio quando minha perna falha, limpo o rosto freneticamente e tento me localizar, giro de um lado ao outro analisando todos os possíveis esconderijos e rotas de fuga quando ouço o som de sirenes da policia se aproximando. Sem pensar duas vezes vejo um pequeno parque a frente com varias arvores ao redor, me concentro um pouco mais na pequena área verde, analisando toda sua vegetação e subo na arvore mais robusta e cheia de todas me escondendo entre seus galhos. 

A subida exige muito de mim e de minha perna, todos esses dias de cama me recuperando cobraram seu preço. Mal conseguia erguer meu corpo, o desespero a todo momento queria tomar conta da situação mas não podia me deixar abalar, respirando fundo uso toda minha força, toda a dor e ódio dentro de mim e subo o máximo que pude. Meus braços e pernas sendo castigados e arranhados a cada alavanca para me erguer e a cada escorregão pela longa subida.

ConfinadaOn viuen les histories. Descobreix ara