Capítulo 41 - Colocando os pingos nos is

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Bela

— Como assim não contou toda a verdade Bela? Ou melhor, por que? Por que você não contou tudo? — Miguel pergunta se levantando, se afastando de mim, o olhar irritado e magoado em seu rosto me quebra. Sinto as lágrimas rolarem por meu cenho, mas me recuso a limpá-las. Eu era a culpada de toda essa confusão, tinha que arcar com as consequências dos meus atos. Tinha que aguentar seu olhar decepcionado, traído, porque eu realmente itnha feito isso.

— Não foi por querer Miguel, eu juro, e só que... eu não sabia como dizer...

— Não Bela! Não venha com essa história pra cima de mim. Não venha tentar tirar a culpa de cima dos seus ombros. Você não contou por que não quis, porque simplesmente não confia em mim para se abrir totalmente, ou melhor dizendo, você não consegue confiar em ninguém. — raiva e magoa invadem cada palavra sua — Eu entendo, depois de tudo que passou realmente entendo, mas... Porra Bela! O que mais eu posso fazer pra provar pra você que pode confiar em mim? Se não em mim em qualquer um dessa sala. Que inferno! — Miguel soca a parede irritado, me fazendo saltar na cama com o susto.

— Miguel... Eu...Ele... Bem... Merda! — Respiro fundo ignorando a dor constante em minha garganta por falar tanto, que se dane a dor, o gosto de sangue e as consequências disso, eu precisava me livrar de uma vez por todas do peso disso tudo — Os documentos que eles tem são verdadeiros. — solto tudo em um fôlego só.

— Você ia se casar com ele? — Miguel pergunta a cor fugindo de seu rosto.

— O que? — Pergunto confusa — Casar? Como quem?

— Eles disseram que você era noiva dele e...

— Não! Deus! Não! Eu estava me referindo aos documentos, o que ele apresentou no hospital. — respiro fundo — Meu verdadeiro nome é Ariela... 


Miguel

Enquanto Bela tentava se explicar, meu sangue rugia dentro de mim, o pulsar em minha cabeça me impedindo de ouvi-la completamente. Eu sabia que ela fez o que fez para se manter viva, mas foda-se estávamos nessa juntos, a meses, um tempo longo demais para que ela continuasse guardando coisas para si mesma. Ainda mais algo tão importante.

Inferno! Ela não sabia o quão ruim poderiam ser as coisas se descobrissem o que ela fez?!

Saio da sala precisando de ar, precisando espairecer, pensar em como arrumar essa bagunça.

Merda Bela! Por que você continua fazendo isso? Por que você não confia em mim? — sinto meu peito se apertar, me sentindo ferido, traído, magoado.

— Miguel? — Pedro chama assim que saio do quarto.

— Eu só preciso...  pensar um pouco. Por favor fique aqui com ela e se a policia vier... Não deixe que ela fale nada antes que eu volte ok?! Eu vou resolver isso. — digo e me viro sem esperar qualquer resposta.

— Só não faça nada imprudente, tudo bem? Ela era só uma criança Miguel... — Paro e me viro olhando ele por cima do ombro. 

— Eu sei e só que... esquece. Até mais tarde.


Bela

Ver Miguel sair por aquela porta doeu como o inferno, doeu ainda mais saber que eu era a responsavel por tudo isso, que meu maldito medo mais uma vez me tirou tudo o que eu queria.

— Ele vai voltar, querida, ele só precisa de um tempo.

— Está tudo bem. — Dou um sorriso sem graça — Ele não tem culpa de nada disso, eu por outro lado... Entendo se ele não voltar sabe, mas... o que ele disse não é verdade Ana. Eu confio em vocês, eu juro! Realmente no inicio era mais difícil, por que sempre que me permiti confiar, acreditar em alguém, coisas ruins aconteceram e vocês eram bons demais para mim para que eu permitisse isso, por isso lutei tanto. Você precisa acreditar em mim. — minha voz sai desesperada. 

ConfinadaWhere stories live. Discover now