Capítulo 43 - Novos lados

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Bela

Enquanto pegávamos a estrada em um silencio confortável, não conseguia parar de olhar Miguel, desde que colocou seus pés em meu quarto hoje eu notei que algo estava diferente, algo não, ele, nunca o havia visto tão animado, quase relaxado. Desde o minuto que meus olhos encontraram os seus um enorme sorriso estampava aquele belo rosto, um sorriso que nunca havia visto em seu rosto, um verdadeiro, aquele que a pessoa não sorri apenas com o rosto, mas com os olhos, com... a alma.  Era tão contagiante vê-lo assim que não tive forças para eu mesmo não estampar um sorriso, apenas por vê-lo assim, tão... feliz.

Não conseguindo conter essa nova sensação dentro de mim, essa felicidade inesperada, esse contentamento em finalmente ver uma fração do verdadeiro Miguel, aquele sem todo o peso do mundo em suas costas, me viro em direção a janela, tentando esconder meu sorriso enquanto fechos os olhos e aproveito o frescor do vento em meu rosto.

Apesar da fria brisa tocando minha pele, sinto minhas bochechas se aquecerem ao lembrar de quão inesperado havia sido os acontecimentos do dia. Aquele beijo... Nossa! Eu... eu nunca imaginei que um beijo pudesse ser assim, não que não houvesse beijado antes, bem... havia e curiosamente havia sido com Miguel, mas aquele beijo, que parecia ter ocorrido a milhares de anos atrás não havia sido nada em comparação a esse. Não que houvesse sido ruim, longe disso, mas... esse beijo, não foi nada comparada ao primeiro, era como se eu pudesse sentir seu beijo em cada nervo do meu corpo...  na minha alma, suas mãos pareciam brasas em meu corpo e os pensamentos, não existiam pensamentos, só existia a sensação e reconhecimento de cada parte dele ligada a mim, do seu cheiro, seu toque, a força com que me segurava contra si, era como se meu corpo se esquecesse de todo o resto e focasse apenas nele e em todas as maravilhosas sensações que ele lhe proporcionava. Nunca havia sentido nada assim em toda a minha vida, essa conexão, essa sobrecarga de sensações, sentimentos... Essa adrenalina correndo dentro do meu corpo, querendo mais, precisando de muito mais.

Quando ele entrou naquele quarto de hospital, senti pela primeira vez aquela maravilhosa e assustadora sensação que todos dizem, as famosas mil borboletas voando dentro do meu peito, aquele friozinho no estômago, me deixando nervosa, ansiosa, querendo pela primeira vez na vida ser impulsiva, tomar o que queria, ali e agora. Largar o medo e correr até ele, me jogar em seus braços e tomar tudo que eu pudesse, mas... sabia que se fizesse isso eu quebraria qualquer magica que estivesse acontecendo naquele momento, por que primeiro seu lado protetor viria a tona e segundo eu não sabia o que fazer, ou como fazer isso de uma forma que ele gostasse. Ele havia sido meu primeiro e único beijo e isso havia acontecido a tanto tempo ou pelo menos parecia, que eu já não sabia mais como proceder, digamos que na época eu não estava tão atenta aos tramites da coisa, meio que fui pega de surpresa e minha cabeça não estava focada exatamente no homem em minha frente, mas sim em sairmos de lá inteiros e vivos.

Graças a alguma entidade superior que resolveu interceder e ter piedade de mim, não foi preciso tomar qualquer iniciativa, pois Miguel com um olhar fumegante marchou até mim, decidido, ele era um homem com uma única missão em mente e nada o tiraria daquilo. Quando seus braços rondaram minha cintura, senti meu corpo travar e me chutei mentalmente, implorando por quem quer que estivesse olhando para mim que não fizesse ele se afastar e assim aconteceu. E que bom que aconteceu, por que no instante seguinte sua boca estava na minha e eu senti toda a luta interna dentro de mim se esvair e meu corpo derreter em seus braços. Chutei o medo, o nervosismo e pulei com tudo que eu tinha no desconhecido, me afogando em Miguel, tomando tudo que podia, dando tudo de mim, mostrando a ele que eu queria isso, que precisava dele, ansiava por ele.

Quando o beijo se tornou voraz, varias novas sensações começaram a invadir meu corpo, eu podia sentir meus seios doloridos, um calor se espalhando por todo o meu corpo enquanto meu coração se acelerava e uma dor incomoda, mas gostosa crescia entre minhas pernas me fazendo ofegar. Precisando mais dele junto a mim, agarrei aqueles braços fortes e invadi seu espaço, precisando cola-lo a mim, para quem sabe assim essa dor, essa necessidade absurda que nunca senti acabasse, mas ela só crescia e me vi explorando aqueles braços, seus ombros largos, a curva do seu pescoço, até finalmente afundar meus dedos naqueles cabelos. A sensação da sua pele a cada mínimo centímetro que eu avançava só piorava tudo que meu corpo estava sentindo, era como se eu estivesse em chamas, querendo sua boca, suas mãos, por todo o meu corpo. Quando tudo parecia demais para que eu compreendesse me agarrei firme aos seus cabelos, talvez um pouco firme de mais e o som que saiu de Miguel, quase me fez perder as forças nas pernas. Então...

ConfinadaWhere stories live. Discover now