Capítulo 52 - ultimato

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Miguel

Enquanto Erik e eu corríamos por toda a propriedade reinstalando o máximo de sensores possíveis, encarregamos Bela e Pedro de fazer um rápido inventário de tudo que havia na casa de mantimentos e suprimentos médicos. Não sabíamos quanto tempo permaneceríamos ali e muito menos o que aconteceria, por isso era sempre bom estar preparado para tudo, ainda mais com Ana no estado em que estava.

Inferno! 

Como as coisas sairão tão rapidamente do planejado?
Será que era realmente inteligente permanecer aqui?
Será que não estou subestimando novamente meu inimigo?
Será que ele realmente agiria como esperávamos? E se não agisse? E se viesse com tudo para cima de nós? Eu seria capaz de proteger a todos? Temos recursos suficientes para isso?

— Miguel?

— Miguel!

— Porra! — Eric aparece em minha frente, me dando uma leve sacudida, trazendo-me ao presente novamente.

—  Desculpe, estava longe.

— Percebi, mas esse não é o momento de ficar se questionando irmão. Pare de pensar de mais, você sabe que estamos fazendo o melhor que podemos  para manter todos aqui a salvos, então confie na porra dos seus instintos e siga em frente. Você não pode deixar seus sentimentos, nem nada atrapalharem você agora caramba, você sabe disso! Então pelo amor de Deus porra, eu preciso do meu parceiro de campo aqui, preciso do Miguel frio e calculista para lutar comigo, para manter o homem que eu amo e todas aquelas outras pessoas que já fazem parte da minha família sã e salvas. Eu preciso saber que você esta bem, firme, forte e focado na missão porra! O bem mais precioso da minha vida esta dentro daquela casa — ela aponta para a casa ao longe —  assim como eu sei que o seu também esta, então se recomponha, chute essa merda pra longe e me deixe ter certeza que posso confiar de olhos fechados em você para manter não só Caio, mas todos ali em segurança, inclusive você. Não me faça chutar essa sua bunda até que você recobre o juízo por que eu vou se for preciso. — ele aponta irritado para meu rosto e por um breve segundo me sinto murchar envergonhado.

— Você esta certo. Desculpe. Eu só... merda!  A traição de Olivia me afetou mais do que imaginei.

— Para com isso, não tem que me pedir desculpas sobre nada disso, eu só preciso que sua cabeça esteja no jogo. Nos temos coisas de mais a perder aqui, então foco!  Vou entrar e começar a juntar todas as armas e munições que tivermos, enquanto isso use esse tempo para se recompor. Não volte ate que tudo esteja no seu maldito lugar ai dentro — cutuca minha cabeça. — aceno em concordância e ele se vai.


Bella

Assim que Caio entra na casa sigo até ele.

— Eu e Pedro acabamos, não precisamos nos preocupar com comida, mas não temos muito em relação aos suprimentos médicos. Na casa mesmo só encontramos alguns anti-ácidos, Dipirona e meia cartela de Dorflex, o resto são as sobras dos suprimentos que Caio trouxe para Miguel, o que se resume a alguns pacotes de gases, dois vidros de antisséptico e mais três vidros que eu não faço ideia do que seja, mas anotei os nomes nessa lista para você. Também tem alguns pacotes de algodão, alcool, seringas, dois kits de sutura e duas bolsas de soro.

— Muito obrigado querida, isso certamente vai ajudar bastante.

— Não tem que agradecer, posso ajudar em mais alguma coisa? — pela sua expressão sinto que serei prontamente dispensada, então me apresso em falar, cortando o que quer que venha a seguir  — por favor, me deixe ajudar, me deixe ficar ocupada, fazer algo ou... vou começar a pirar e eu não posso me permitir cair agora. Eu preciso estar focada em alguma coisa. Por favor — minhas ultimas palavras saem em um sussurro, sinto minhas bochechas esquentarem com a vergonha em admitir a confusão em que estava no momento.

ConfinadaWhere stories live. Discover now