Capítulo 18 - Sempre alerta! - continuação -

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Olhando ao redor afasto o máximo possível o cansaço, tentando descobrir que raios estava acontecendo... quando ouço as vozes e os risos não muito distante.

Sem pensar duas vezes dou a volta, torcendo para que não houvessem me notado mas já tive sorte alguma vez na vida? Não mesmo, mal viro a esquina e os ouço me chamando. Olho bem ao redor pensando, elaborando um plano para fugir, me esconder, eles pareciam bebados e isso me daria certa vantagem certo? Não mesmo!

Assim que comecei a correr, tentando me manter o mais escondida entre as sombras ouvi a comoção, risadas e passos pesados soando rapidamente atras de mim. Não poderia correr até em casa e arriscar leva-los ate onde moro, não mesmo.

Correndo o máximo que pude, percebi que não seria fácil me livrar deles, eles eram rápidos, precisava ser esperta e despista-los, só assim conseguiria sair dali.

Me esgueirando entre sombras, me joguei atras de uma enorme lata de lixo, me encolhendo o máximo possivel nas sombras, escondi meu rosto entre as pernas e esperei, tentando acalmar o coração que parecia querer fazer um buraco em meu peito. Minha cabeça era uma confusão de sensações, de medo, tudo estava tão confuso, eu estava tão cansada, que me vi sendo sugada para uma outra época, lembranças vividas de algo semelhante e doloroso... 


_Ariela! Onde você esta minha filha? Venha no papai vem! - Papai dizia calmamente, tentando se fazer soar doce, mas eu não acreditava mais nele, sabia que ele era mal.

Mamãe empalideceu ao meu lado, colocando a mão sob minha boca, implorando que ficasse quieta. Ela foi me arrastando silenciosamente até os fundos da casa me escondendo atras da maquina de lavar e com um leve sussurro mamãe implorou que ficasse quietinha e não saíssem de forma alguma dali.

Os gritos de papai soavam mais próximos, irritados. Mamãe então saiu correndo em direção a casa, queria puxa-la, esconde-la comigo mas sabia que não poderia. Alguns minutos depois ouvi o primeiro golpe, o choro baixinho de mamãe e coisas se quebrando pela casa.

Papai estava me procurando, gritando, exigindo sua filha, chamando mamãe de nomes horríveis, enquanto arrastava mamãe com ele pela casa em minha busca. A vos de ambos se aproximavam, mamãe tentava leva-lo pra longe mas não conseguia. Com medo sai correndo de onde estava e escalei um cano lateral que ia ate o telhado, mal conseguia enxergar no meio das lagrimas e de todo o medo mas continuei subindo até chegar ao pequeno espaço que havia entre as telhas e a laje da casa. Fiquei ali durante minutos ou talvez horas ouvindo toda a confusão até que um silencio ensurdecedor se fez presente e meu corpo inteiro se arrepiou.

Quando ouvi a porta da frente batendo com força, desci o mais rápido que pude, escorregando no fim do caminho e caindo no duro chão do nosso terraço. Mancando fui até a casa, achando mamãe caida no meio da sala, inconsciente Papai havia batido tanto nela que havia desmaiado. Arrasto seu corpo até o quarto, usando toda a força que uma garotinha de 7 anos poderia ter. Quando enfim chegamos ao quarto, chorando de dor, empurro a comoda até a porta o mais rápido que pude e vou até a mesinha ao lado da cama, pego meu pijama molho no copo dagua  que mamãe sempre deixa no quarto e limpo o sangue de seu rosto e deito ao seu lado, esperando que acordasse.


Quando um estrondo ecoa ao meu lado volto a realidade, meu corpo inteiro tremendo. Olho ao redor procurando os malditos mas só encontro um gato enorme me encarando. Espreito o lado de fora e não vejo ninguém. Desesperada corro até o prédio de Olivia, que fica a três quadras dali.

Subo em um enorme latão de lixo e pulo diretamente na escada de incêndio do prédio de Olivia, assim que subo o segundo lance eles apareceram logo abaixo na rua, gritando, chamando pela mulher que mal conheciam ou tinham visto, mas a queriam, não importasse como fosse, o que importava era o que possuia entre as pernas, eu podia sentir a merda em seus pensamentos de longe. 

ConfinadaWhere stories live. Discover now