Capítulo 41 - Colocando os pingos nos is (cont... )

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Miguel

— Para com isso. Você não estragou nada Bela. Ele de alguma forma estava um passo a nossa frente de novo, mas nos vamos conseguir virar esse jogo. Agora por favor, pare de se culpar por isso, você precisa descansar e se recuperar. Você passou por coisas de mais e ficar se pressionando tanto assim não vai te ajudar em nada. Se você quer tanto ajudar, então se cuide, descanse, coma e melhore, por que o estresse e toda essa agitação podem piorar  ainda mais o bloqueio das suas memórias.

— Ta bem! — solta um bufo frustrada.

— Deixa de ser cabeça dura mulher, confie em mim.

— Eu confio.... você sabe disso não sabe? — pergunta tristemente desviando seus olhos dos meus.

— Eu sei princesa... Eu só... merda! Me senti...

— Magoado? Traido?

— Mais ou menos isso.

— Desculpa.

— Você não tem que...

— Tenho sim. Você sabe disso. Eu realmente não sabia como contar, mas também acho que uma parte de mim não queria que você soubesse. Eu gosto de ser... quer dizer, eu sou a Bela, Miguel. A Ariela morreu junto com a minha vida anterior, essa é quem realmente sou, você me conhece, você me vê e... eu não queria que você me olhasse de outra forma. Doeu ver a decepção e a mágoa nos seus olhos.

— Eu sinto muito.

— Não sinta, eu fiz por merecer. Só me perdoe. Eu nunca quis enganar vocês.

— Eu sei que não, mas precisamos conversar muito sério sobre isso Bela. Eu preciso que quando a polícia vier, você diga que os documentos que você usa são os que o detetive te entregou no hospital, que a enfermeira do lugar pode confirmar a historia. Você precisa dizer que estava com muito medo, em choque por ter perdido os sues pais daquela forma, e por isso não pensou, apenas fugiu, e quando finalmente pode abrir a pasta com os documentos que lhe deram já era tarde demais, você ja estava longe  e ficou com muito medo de voltar e ser pega. Diga que como foi um policial que deu aqueles documentos para você, que você imaginou que talvez estivessem te colocando em algum programa de proteção, tipo aqueles que se vê nos filmes, visto que os assassinos dos seus pais ainda estavam a solta, então você não viu problema em usar o que lhe foi dado. Afinal de contas por que um policial, um homem da lei, iria te dar documentos falsos, quando ele disse que só queria ajuda-la.

— Mas Miguel...

— Eu sei que é uma mentira deslavada, mas se você contar a verdade sobre como conseguiu eles, você pode ser presa Bela, por que foi conseguido ilegalmente.

— Eu sei, mas eu não tinha como fazer de outro jeito. Não quero colocar vocês em perigo e mentir só vai piorar tudo.

— Não vai acontecer nada, eu prometo. Só fale o que eu disse e tudo vai terminar rapidamente e nos podemos seguir em frente sem mais essa preocupação.— pego sua mão delicadamente e a trago até meus lábios, deixando um casto beijo ali — Eu não vou deixar que eles te tirem de mim Bela. Não mesmo.

— Obrigado!

— Pelo o que? — pergunto realmente confuso.

— Por cuidar de mim.

— Sempre princesa. Sempre.

Poucos minutos depois ouvimos uma batida a porta, assim que ela se abre dois policiais entram, sinto Bela se retesar na hora. Permaneço ao seu lado, sua mão entre a minha, mostrando a ela que poderia confiar em mim, que eu seria seu apoio, seu companheiro e o que mais fosse preciso... sempre.

ConfinadaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora