11 - Mesmos Erros de Sempre

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Mesmos Erros de Sempre

Dias depois não aguentei e telefonei para Regina. Dolores atendeu.

- A senhorita Mills e família estão na Europa. Não fui informada a respeito de seu retorno.

- Ah, obrigada!

Fiquei muito magoada. Não bastasse o fora que me deu, ainda viajou para a Europa e nem me disse nada. Tudo bem, eu não tenho telefone, mas o laboratório onde trabalho tem e ela bem que poderia deixar um recado! Nem seria difícil conseguir o número se pesquisasse. 

Minha vida se resumiu a trabalhar muito no laboratório, trabalhar no morro, jogar capoeira e vôlei na praia. As Feiticeiras, por sua vez, se recolheram em suas vidas particulares. Eu também me conscientizei que me afastei um pouco delas desde que passei a noite com Renata.

Evitei Caio, talvez por ele saber como andava confusa. Inventei um caso com um salva vidas da praia. Estava vivendo com as emoções fora de controle. Trabalhava como louca, conversava pouco e, havendo oportunidade, me metia em relacionamentos de uma só noite sem pensar duas vezes. Nada que o corpo fazia me tocava na alma e a imagem de Regina me vinha sempre como que me censurando. E daí pior me sentia.

As aulas começaram e, logo em seguida, a greve estourou e a faculdade ficou bastante morta. Isso só aumentou minha tristeza. Não procurei por Regina, mesmo acreditando que ela já deveria ter chegado. Um dia, sozinha no laboratório, o telefone toca e eu atendo:

- Alô!

- Patinho! Oi amiga! É a Lily.

Tentei fingir uma alegria.

- Oi Lily. O que manda? Não está viajando? 

- Nada! Mamãe trabalhou muito duro nesse período por causa das gravações finais da novela e não arredamos o pé do Rio. Mesmo com o incentivo da greve. Mas escuta, vai haver uma festinha na minha casa neste sábado pra comemorar o final da novela e eu queria que você fosse. Vai ter um monte de gatinhos... famosos e não famosos.

- Acho que uma festa me faria bem. Tenho trabalhado muito! Só não sei se tenho roupa adequada pro evento.

- Ah, qual é, Emma! O traje é livre! E você não precisa de roupa bacana pra fazer sucesso. Na última festa aqui em casa lembro de você passando o rodo em um atorzinho cobiçadíssimo.

- Como se você não tivesse suas estórias pra contar... Tá bom, eu vou. Chego a que horas?

- Às seis horas, pra dar tempo da gente fofocar bastante. Ruby e Tinker também virão!

- Ah é? Melhor ainda. Até lá!

- Bye!

             ♧♧♧♧♧♧♧

Cheguei exatamente às seis horas na casa de Lily. Fazia frio e vesti uma calça preta justa, blusa azul  e um blazer combinando. Roupa velha que eu havia ganhado há um bom tempo, mas que as minhas amigas não conheciam. Calcei sapatos fechados com salto médio. Lilith e a mãe estavam correndo pra lá e pra cá preparando as coisas com o pessoal do buffet contratado. 

Estávamos no salão de eventos do condomínio delas, que foi todo decorado com coisas da novela que havia acabado de terminar. Havia pôsteres com fotos do pessoal do elenco e peças que, creio eu, fizeram parte da novela. 

Ruby e Rose chegaram quase que ao mesmo tempo, pouco depois de mim, e, nessa hora, Lily se uniu a nós. Conversamos bastante e elas falaram do final do período. Tinker conseguiu encerrar o ciclo básico e ingressou na engenharia de produção. Ruby passou em poucas matérias e Lily precisava de mais um tempo no ciclo básico para entrar na engenharia elétrica. 

Além do TempoWhere stories live. Discover now