9 - Sentimento de Esperança

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Sábado seguinte Regina estava sozinha com Dolores, como habitual, e a aula foi bastante puxada. Estava distante de mim, mas achei que fosse a ansiedade por um bom resultado. 

A segunda prova de cálculo se aproximava, era muita matéria, e ela queria muito passar direto. Na hora do almoço, Dolores recebeu um telefonema urgente de casa e pediu para se retirar mais cedo. Disse que precisaria faltar na segunda e na terça. Regina permitiu e deu ordens para que André a levasse de carro em casa. Se seu pai reclamasse, ela assumiria a responsabilidade. 

Dolores agradeceu, não quis entrar em detalhes de seu problema e foi embora com André. A morena ficou em pé na porta vendo-a partir e depois entrou. Cheguei perto e parei em frente a ela.

- Será que aconteceu alguma coisa muito grave? Ela não quis entrar em detalhes e eu me preocupei. Será que precisará de dinheiro? Dolores vive tendo problemas e não são invencionices!

- Você saberá. Certos problemas vêm à tona a gente querendo ou não. – passei a mão em seu rosto. "Hoje eu vou jogar com tudo!" – Você é uma pessoa apaixonante, sabia? Sempre atenciosa e preocupada com todos.

Ela corou e virou o rosto para o lado: - Boba!

- E fica ainda mais linda coradinha.

- Pare, Emma… Você fica dizendo coisas assim para mim…

- Assim como? – virei seu rosto em minha direção novamente.

- Que sabe que mexem comigo.

Apoiei uma das mãos na porta e com a outra segurei seu rosto delicadamente, acariciando seu rosto com o polegar: - E são só minhas palavras que mexem com você?

Ela olhou para mim fixamente: - Pena é que nada mexe com você. – tirou minha mão de seu rosto e se afastou de mim.

- O que quer dizer? "Cuidado com o que vai dizer agora, Swan". Ela estava de costas para mim. Aproximei-me por trás e falei bem próximo ao seu ouvido: - Acha que… não sinto nada?

Se afastou e me olhou de frente.

- Seu corpo sempre sente. Seu coração é fechado.

- O que é isso, Regina? – não entendia porque dizia aquilo.

- Por que me beija e depois se afasta, agindo como se nada estivesse acontecendo? Percebo que parece evitar de me encontrar na faculdade. Você ficou duas semanas sem me ver e não me deu um telefonema sequer, Emma! – encostou-se à parede – Aposto que teve com quem passar o tempo.

- Por mais que eu tente você não sai da minha cabeça, será que não entende isso?

- Eu não entendo você!

Cheguei novamente perto dela e apoiei as duas mãos na parede. Curvei o rosto para perto do rosto dela e perguntei:

- Que parte de mim você não entende, linda?

- O que você quer?

Aproximei-me dela. Nossos lábios se tocaram levemente em um beijo que quase aconteceu. Beijei seu pescoço de cima a baixo. Beijei seu queixo, suas bochechas, sua testa. Puxei-a para junto mim, agarrando-a pela cintura, mordi sua orelha e sussurrei: 

- Você é especial, Regina! 

Começamos a nos beijar e nos perdemos assim por muito tempo. Levei-a até seu quarto e chegamos lá ainda aos beijos. Deitamos na cama e fiquei sobre ela. Apoiei-me com os cotovelos para não fazer peso e nossas pernas se entrelaçaram. Ela estava de vestido. Passei uma das mãos por sua coxa e ela me interrompeu quando senti o cós de sua calcinha. Subi a mão pelo abdômen e parei na base do seio sem saber se deveria continuar. O telefone toca. Nos assustamos e ela levanta da cama com um salto. "Maldito telefone que sempre me atrapalha!"

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