33 - Au Revoir!

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Acordei emaranhada com Regina.

Desenrosquei-me dela lentamente e fui  tomar um banho.Ao sair, deparo-me com ela já acordada, enroscada nos lençóis,me olhando com carinho.

- Você acorda cedo! Não sei como pode depois de andar o dia todo e ainda fazer amor comigo à noite. Nem à noite, de madrugada! - olhou para o relógio se espreguiçando - Ainda são quinze para às nove!

- Eu não consigo acordar tarde. Não tem jeito! Só em último caso. Além do mais, eu fico excitada em conhecer um lugar diferente e o sono vai embora de vez. Mas se quiser dormir mais você pode. Não temos compromissos, lembra? – sorri para ela.

- Eu sei, mas não quero continuar na cama. Ainda mais agora com você já toda arrumada. Hoje é nosso último dia inteiro na cidade e eu quero aproveitar. - Que dia da semana é hoje? – sentou-se preguiçosamente enrolada no lençol

- Terça. – me aproximei, sentei na cama e beijei-a nos lábios – Terça-feira, 8 de janeiro de 1996. A propósito, bom dia, meu amor.

- Bom dia, querida. – enlaçou os braços no meu pescoço e me beijou mais demoradamente.

- Sabe uma coisa em você que eu acho engraçada? A gente faz amor, eu conheço cada pedacinho desse corpo gostoso e você sempre se enrola no lençol. – sorri.

- Hum, eu sou uma moça reservada, viu Emma Swan? Não fico desfilando nua por aí. – levantou-se charmosamente da cama em direção ao banheiro.

- Medo que eu te agarre? – encostei na cabeceira da cama e cruzei as pernas.

Ela parou de costas para mim e se apoiou na porta do banheiro. Virou a cabeça em minha direção e disse sensualmente:

- Você sempre me agarra. Não adiantaria eu me cobrir por conta disso. Você não resiste ao meu sexappeal. – sorriu e entrou trancando a porta.

"Ah, garota atrevida, sorte sua que já estou vestida..." 

Regina e eu pegamos o metrô e fomos para um destino misterioso para mim. Ela quis fazer uma surpresa. Desconfiei que estávamos indo para o Palácio de Versailles, por conta de um mapa que vi no metrô, mas nada disse para não estragar a surpresa dela. No final era isso mesmo.

Conhecemos o palácio e um pouco de sua estória. Não é de se surpreender que seja um dos grandes símbolos do glamour francês. O que mais me impressionou foi a Catedral Real, o Solar dos Espelhos e o famoso jardim. Após a visita, fomos ao Louvre e apreciamos o lugar com mais calma, embora não com tempo de conhecer os detalhes de um museu gigantesco daqueles. Comemos algo em um café e circulamos pelas lojas badaladas que minha morena adorava. Ao fim do dia, voltamos para o hotel e ficamos até tarde namorando no terraço, apreciando a bela vista de frente para o rio Sena. Havia poucos casais presentes e nenhum parecia se importar conosco a ponto de hostilizar nossa condição homossexual. A felicidade me invadia inteira, como se não houvesse espaço em meu coração que ela não pudesse ocupar. Sentia-me aceita, completa, iluminada. 

No dia seguinte passeamos pelas margens do rio apreciando a vista e observando as pessoas que iam e vinham. Andávamos de mãos dadas e parecia que o mundo era nosso. Ninguém nos incomodava, não havia olhares acusadores, ou se havia, nós é que os desprezávamos.

Caminhamos até a Île de la Cité, e nos detivemos em um belo mercado de flores. Almoçamos em um restaurante próximo e a vista era encantadora: o rio, belas construções e flores. Ao final da refeição Regina me olhou sorrindo e perguntou:

- Está com pressa? Gostaria de ficar sentada aqui por mais alguns minutos.

- Pressa nenhuma. Se o pessoal do restaurante não reclamar fico aqui pelo tempo que quiser. Mas não acho que haverá problema porque o movimento não está forte.

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