18 - Tudo ou Nada

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Cora levou Regina para Florianópolis e ficaram lá por duas semanas. Mal pudemos nos falar e a cada dia sem minha morena a saudade apertava o peito.

As aulas recomeçaram e tudo foi voltando ao normal: muito estudo, muito trabalho.

Minha avó mudou muito comigo; para melhor. Contei a ela sobre o sonho no hospital e ela achou que bem poderia ser verdade. Disse que realmente havia rumores de uns parentes nossos no Recife, em uma favela chamada Alagados. Talvez minha mãe tivesse ido para lá posteriormente. O ano de 95 trouxe uma novidade para a Escola de Engenharia. Agora o aluno já entrava em uma carreira definida, desde o primeiro período, sem ter de disputar vagas nos departamentos ao final do ciclo básico. E com isso os calouros não só entravam no começo do ano, como foi conosco. Poderiam iniciar no segundo semestre também. Alunos como Ruby, que nunca saíam do ciclo básico, viraram um problema para a Escola, e foram encaminhados para os departamentos com menor procura no vestibular. Ela caiu no Departamento de Engenharia Naval. Regina,Tinker e Lilith continuavam indo bem em suas respectivas engenharias.

Henry deu um Tempra para Regina de presente de aniversário, e, apesar de seus protestos, ela dispensou qualquer motorista e queria dirigir seu próprio carro. Fez curso em uma autoescola no Leblon e pagou para que eu também fizesse. Aceitei mediante a condição de pagar a ela, em prestações, o que estava gastando comigo. Fizemos as provas, exames de direção e tiramos a carteira juntas. Regina e eu continuamos saindo sempre que possível e voltei com todas as atividades físicas que gostava de fazer. 

Nossa amizade continuava inabalável e a intimidade evoluía pouco a pouco. Dificilmente fazíamos amor e isso me incomodava. Cora inventou uma moda de dar festa em casa todo sábado e isso acabou com nossa privacidade. Às vezes tentava algo dentro do carro, que tinha vidros filmados, mas Regina era muito medrosa e sempre acabava cortando.

Em um certo sábado, Cora decidiu comparecer a uma festa em Brasília com o marido.

- Vem aqui, minha delícia! – agarrei-a por trás e a deitei na cama.

Havia pego nosso brinquedo no armário.

- Você só pensa nisso, Emmy...

- Querida, a gente raramente tem chance de se curtir... Vamos aproveitar que hoje é um sábado que milagrosamente não tem festa nessa casa... – beijei seu pescoço.

- Eu chamei você aqui para ver o filme comigo... – tentava se desvencilhar de mim

- E a gente vai ver, linda – beijei sua boca – depois...

Comecei a beijá-la com paixão e tirei toda sua roupa. Eu já estava semi nua e foi só jogar duas peças para o alto. Minhas mãos vagaram seu corpo inteiro e minha boca explorava-lhe com fome.

- Ai Emmy... You are so... oh... God! (Ai Emmy..você é tão...oh...Deus) - tentava resistir falhamente às minhas investidas.

Devorei-a com tesão e ao mesmo tempo com cuidado para não machucar. Ela gemia e me arranhava contorcendo o corpo com prazer.

- You are like... a... wild animal... oh... yes...so... my love. (Você é como...um...animal selvagem...oh...isso...assim,meu amor…)

Gozamos perdidas em meio a gemidos que tomavam o quarto.

- Eu já não aguentava mais, sabia? – acariciava seu rosto – Tava doida pra fazer amor com você.

- Também senti falta... – acariciava meu braço.

Estávamos deitadas com ela de costas para mim; encaixadas em uma conchinha.

- Lembra daquele dia que fomos no Recreio?

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