Logo no começo de janeiro Arthur inventou um trabalho em João Monlevade, Minas Gerais, e eu disse a ele que só iríamos se pudéssemos tirar férias juntas no final de abril. Havia programado uma grande viagem de vinte dias para comemorar nosso terceiro aniversário de casamento e estava irredutível. Afinal, eu nunca havia conseguido tirar mais que duas semanas de férias desde que começara a trabalhar e aquilo era muita exploração. Regina também faria um ano de casa em janeiro e poderia ter férias também. Foi um fuzuê completo entre nós, mas saímos vitoriosas.
Combinei com ela que esta viagem surpresa seria depois da época do aniversário para que pegássemos a melhor temporada no nosso local de destino. Ela morreu de curiosidade, mas eu não disse para onde iríamos.
Ficamos em Monlevade por um mês, e foi uma temporada tensa com direito a muitos problemas entre nós e a mão-de-obra, bem como, com os fornecedores de material. Um dia até mesmo Regina perdeu a paciência e se aborreceu com um prestador de serviço que sumiu com nossa carga.
Em meados de fevereiro fomos trabalhar em São Mateus, no Espírito Santo, e foi dedicação total. Tínhamos um tempo mínimo para concluir o serviço e a correria foi intensa. Um peão se machucou durante o trabalho e Regins providenciou assistência médica para ele. Tive uma briga com Júlio, que não queria que "perdêssemos tempo" com o acidentado, e no final ganhamos um amigo. O homem nos convidou para um almoço em sua casa e a família nos tratou como rainhas. Passamos o carnaval trabalhando e em março rodamos continuamente por São José dos Campos, Campinas e Cubatão. Era trabalho que não acabava mais. Nessa loucura perdi minha bolsa de calcinhas em algum lugar e fiquei pobre de roupa íntima.- Regina, eu só tenho duas calcinhas!!!! E agora?? Tenho de comprar outras urgentemente! – estava de pé, curvada sobre minha mala a qual revirava em cima da cama
- Ora amor, isso não é ruim de todo... – ela estava deitada e esfregava o pé na minha barriga.
- Comporte-se, mulher! Amanhã é dia de acordar cedo... – peguei seu pezinho e o beijei – Iremos para Campinas antes das sete.
- Sabia que hoje eu acordei e não sabia onde estávamos? Precisei me levantar e olhar pela janela para ver que cidade seria essa. – sentou-se na cama.
- Nós agora somos mulheres sem CEP. Não temos paradeiro certo, vivemos eternamente em viagens, nossas coisas andam espalhadas por aí e eu praticamente não tenho mais calcinha. – virei de costas para ela procurando coisas no quarto.
- O contrato da quitinete terminará agora em maio não é? – segurou o bolso detrás da minha calça.
- Com o prazo prorrogado que eu pedi, sim. – virei de frente para ela que passou a me puxar pelos bolsos da frente.
- E então? Onde vamos morar, se a proprietária vai querer o imóvel de volta? – puxou-me mais para perto e abriu as pernas.
- Não sei. – abaixei – A gente não tem paradeiro mesmo. Por enquanto nem vai sentir falta de casa... – beijei seus lábios – Para de me provocar, se não quiser ter dificuldades pra acordar cedo amanhã. – beijei-a de novo e mordi seu lábio inferior.
- Eu não ligo de acordar cedo... – sorriu sensualmente e envolveu meu pescoço com os braços
- So... (Então…) – beijei-a novamente e me deitei sobre seu corpo,derrubei minha mala no chão deixando a cama livre só para nós, que nos amamos noite afora.
☆♤☆
🎶Passenger - Let Her Go🎶
E no dia 17 de abril, sábado, estávamos nós descendo do táxi no terminal 1 do Galeão, embarque internacional.
- Ai Emmy, eu estou louca, louca para saber aonde vamos!! – pulava como criança enquanto andava.
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Além do Tempo
רומנטיקהO amor não escolhe clásse social, personalidade, etnia... não escolhe hora, nem lugar. Ele simplesmente acontece. Sem pedir permissão, invade a alma e o coração. Emma Swan e Regina Mills, mostrarão que esse sentimento tão sublime, pode sim quebrar...