82 - Milagres do Paraíso

138 18 4
                                    

                 Emma


Não saberia descrever, com exatidão, o sentimento que me tomou ao saber que Luna teria uma chance de viver, e que essa chance era eu. Não poderia ter ficado mais aliviada quando o resultado do teste de compatibilidade deu positivo. Mas o que realmente me deixou feliz foi saber que meu anjinho estava bem, que estava curada.

Ela terá de passar um período a mais no hospital. Como seu corpo ainda estava vulnerável a qualquer tipo de infecção ou outras doenças que podem comprometer sua saúde nesse estágio pós-operatório, meu pai recomendou que não nos aproximássemos dela, por precaução. Os cuidados foram extremamente rigorosos e tive que respeitar isso, mesmo estando louca para poder abraçá-la, tive que me conter.

No decorrer desses dias recebemos a infeliz notícia de que Killian houvera sofrido um grave acidente no dia em que saiu transtornado pela afronta de Milah, o que resultou num trauma muito grave em sua medula espinhal, o deixando sem os movimentos das pernas. Milah relatou que os médicos disseram que poderia ser irreversível. Senti-me abalada, não esperava de forma alguma por isso. Por mais que pudéssemos não nos entender e termos nossas diferenças, jamais desejaria este fim a ele. No final, ele está pagando, com juros, todo mal que desejou ao próximo e a vida lhe cobrou da forma mais amarga.

             ☆☆♤☆☆

Regina não se conteve pela felicidade por Luna e não via a hora, assim como eu, de poder vê-la. Nossa família estava radiante, não só por nossa pequena guerreira, pois papai nos deixou eufóricos com os recentes exames de Regina que apontavam cada vez mais a sua melhora. Minha pequena inglesa estava se curando também.

Alguns dias depois Milah me ligou, pedindo que nos encontrássemos, pois gostaria de me fazer uma proposta. A convidei para almoçar num restaurante próximo ao hospital e aqui estávamos. Eu me encontrava boquiaberta por tudo que foi me dito e pedido no final.

- Você está falando sério? - tive que perguntar. A surpresa em meu rosto a fez sorrir.

- Sim, Emma! Quero que você tenha a guarda de Luna. Conversei com a assistente social que me acompanha e ela logo entrará em contato com você! - pontuou.

- Isso...isso é incrível! É maravilhoso! - me encontrava desacreditada, o coração ainda batia descompassado. Só consegui me levantar e ir até ela, lhe dando um forte abraço  - Obrigada, Milah! - sussurrei em seu ouvido.

- Bom… - se afastou e voltamos a nos sentar. - Tenho certeza que ela será feliz com você e Regina, disso não duvido. Consigo ver o quanto vocês a amam e a reciprocidade dela para com vocês.

- Sim, amamos a garota e tudo o que quero é vê-la feliz!

- Agora preciso apenas entrar em um acordo com o hospital pra começar a quitar a dívida. Já entrei com o pedido de divórcio também. - vi que ficou incomodada com aquilo, pois desviou o olhar e tentou esconder a lágrima que se formou em seus olhos. - Mas peço apenas uma condição.

- Claro, o que você quiser! - não hesitei em atender.

- Quero continuar a acompanhar a vida de Luna, quero poder estar por perto. Por esse motivo, peço a permissão de vocês pra ser madrinha dela. - seus olhos estavam marejados.

- Não seria louca de te negar isso, Milah e tenho certeza de que Regina não irá se opor também. - sorri, estava verdadeiramente alegre com sua proposta.

             ☆☆♤☆☆

Zelena e Belle passaram a frequentar mais a nossa casa e, consequentemente, seus laços com Cora e nossa família se firmava cada vez mais. Acabaram alugando um apart no mesmo prédio que o nosso para saírem do hotel. Regina ainda não sabia da existência da irmã, Cora tinha medo de sua reação e Zelena era compreensiva em esperar, sabia que isso não era fácil para a mãe biológica e prometeu não lhe pressionar, pois jamais exigiria isso dela.

Além do TempoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora