38 - Ponto de Impacto

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No dia seguinte Nara acordou quase que na mesma hora que Regina e eu. Sandra dormia como um anjo.

- Ela está limpa e de camisola. Como foi que conseguiu se arrumar?

- Fui eu, Nara. Dei uma força. Aí tomou remédio, vomitou, tomou banho, escovou os dentes e dormiu. Coloquei a roupa que vestia lá fora.

- Onde? – pôs as mãos na cintura.

- Em um saco plástico no quintal. Algum problema?

- Absolutamente!

Foi resoluta até a área e jogou o saco no lixo.

- Não quero mais vê-la com aquela roupa. Parecia uma puta fudida deitada naquele sofá.

Regina e eu nos olhamos e nada dissemos.

- Meninas, eu pensei, que tal irmos nós três na praia das Dunas? – propôs.

- Eu faço os sanduíches! – Regina se apressou em pegar os pães

- E Sandra? – perguntei

- Que se dane ela. Agora só penso em mim e ela que se foda!

Levantei as mãos e disse:

- Não está mais aqui quem falou!

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Fomos para a praia das Dunas e novamente brincamos como crianças nas ondas que nos faziam de brinquedo. Levamos a bola e jogamos vôlei por um bom tempo. Foi bem divertido e Nara parecia ter esquecido completamente da outra. Chegamos em casa por volta de umas cinco e pouco, e entramos pelos fundos, como sempre. Ao abrir a porta da cozinha nos deparamos com um monte de flores espalhadas pela casa. Parecia até coisa de macumba. "Que diabo é isso?"

- Cuidado, Regina, você pode pisar em um prato de barro com uma galinha preta a qualquer momento! – cochichei no seu ouvido.

Ela riu e me deu um tapa no braço.
Mal chegamos no corredor avistamos a figura de Sandra, usando um vestido branco, sandálias baixas, cabelos lavados e perfumada, segurando um belo buquê de flores. Parecia alguém que tinha acabado de ver a Santinha.

- Amor, eu preciso falar com você. – sua voz era mansa.

- Não há o que dizer! – Nara respondeu rudemente.

Cheguei perto de Regina e cochichei:

- Vamos tomar um banho e comer. Elas vão ficar se engalfinhando aí.

Saímos do banheiro e Nara falava um monte de desaforos para a outra. Sandra parecia um cordeirinho. Almoçamos e de repente, silêncio.

- O que será que houve, Emmy?

- Sei lá. Que tal a gente sair e dar uma volta?

- Boa idéia.

Quando fomos escovar os dentes vimos roupas espalhadas pelo chão e flores por todo canto. A porta do quarto fechada e uma gemedeira inconfundível se fez ouvir. Regina me olhou chocada.

- É. É melhor a gente se mandar mesmo! – comentei.

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Como tudo ficou bem, saímos para o Forte de novo. Estava mais lotado que em todos os dias e o carro de som tocou de tudo. Nós nos acabamos de dançar e Sandra e Nara só tinham olhos uma para a outra. Coisa de doido!

Novamente elas encheram a cara de caipivodka e eu voltei dirigindo. Chegamos em casa umas cinco da manhã.

Sandra e Nara entraram se beijando e rasgando, desprezando a nossa presença ali. Trancaram-se no quarto e o couro comeu. Regina e eu fomos tomar banho e consegui convencê-la a seguir o exemplo de nossas amigas.

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