"- Filha, você precisa ir falar com ela! - vovó me dizia aflitivamente.
- Mas vó, eu não sei o que dizer! – esfregava o rosto com as mãos.
- Então não diga nada! Apenas ouça.
- Vó... – passei as mãos nos cabelos e entrelacei os dedos por trás do pescoço.
- Emma, há coisas que nunca passam! – seu olhar era firme sobre mim.
E vi minha mãe que chegava com o corpo de um menino nos braços.
- Ele se foi, ele foi... – chorava soluçando."
- Aaaaahhhh!! – sentei na cama num salto. Estava suada e meu corpo tremia.
- O que foi, meu bem? – Regina sentou-se do meu lado acariciando meu braço – Você está toda suada... – passou a mão na minha testa – O que houve?
- Minha mãe! – olhei para ela atordoada. – Acho que meu irmão morreu! – passei a mão no rosto – Vovó quer que eu a procure. – respirei fundo – Tenho sonhado sempre com isso.
- Então faça isso! – beijou meu ombro – Amanhã é sábado, podemos ir no tal Afogados sem problemas...
- Regina, não é tão fácil! – levantei da cama.
- E qual o maior problema, amor? – continuou sentada.
- Não sei se quero ouvir ela dizer que me deixou e não se arrepende. Que eu fui um erro, um plano que foi por água abaixo. – passei a mão nos cabelos – Não sei se quero ter uma recepção fria ou receber um olhar de poucos amigos. – pausei – É rejeição demais pra eu trabalhar...
- Já pensou que não pode ser nada disso? Se não se arriscar nunca saberá e vai se arrepender depois. – levantou-se e chegou me abraçando por trás – Eu irei com você, amor! – beijou minhas costas – Eu irei com você.
Fechei os olhos, respirei fundo e disse:
- Me perdoa, amor, mas isso é uma coisa que eu tenho que fazer sozinha!
☆☆☆♤☆☆☆
E o sábado amanheceu chuvoso, como quase todos os dias daquele início de agosto. Um dia abafado, polvilhado por gotas finas de chuva insistente. Fui para o Afogados da mesma forma como havia ido da primeira vez. Antes de sair, Regina havia me dito palavras doces; ela também estava ansiosa, embora disfarçasse.
E novamente aquela casa ali, na minha frente. Tomei coragem e bati palmas chamando por Mary Margaret, mas nenhuma movimentação vinha da casa. Insisti ainda umas três vezes e então um homem do casebre ao lado abriu a "porta" e me disse:
- Ô moça, ela num tá aí não!
Fechei os olhos e passei as duas mãos no rosto.
"Mas é muito azar!"
- E o senhor sabe quando ela volta?
- Sei não... – estava desconfiado.
- Eu sou conhecida dela. – pausei – Queria saber do Diego... Ele melhorou?
O homem ficou sem graça e respondeu:
- Ele morreu, moça! – baixou os olhos – Tem mais di mês...
"Então o sonho era verdade..."
Senti muita pena do meu irmão. Ele e minha mãe viviam muito pior que nós no Cantagalo.
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Além do Tempo
RomanceO amor não escolhe clásse social, personalidade, etnia... não escolhe hora, nem lugar. Ele simplesmente acontece. Sem pedir permissão, invade a alma e o coração. Emma Swan e Regina Mills, mostrarão que esse sentimento tão sublime, pode sim quebrar...