5 - Confusões de Sentimentos

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Mais uma semana começava na faculdade, mas, dessa vez, eu estava chegando muito mal acompanhada. Fui de ônibus, como sempre, só que mais cedo, e Morcegão veio acompanhando em seu Chevete preto com mais dois caras de aparência assustadora dentro do carro.

Andei até o bloco A e os caras estacionaram perto de onde parei para me sentar. Depois de um bom tempo vi que o tal playboy estava chegando sozinho. "Beleza!" Levantei fazendo sinal para Morcegão, que saiu rapidamente do carro com seus colegas.

Discretamente apontei para o rapaz, e caminhei em direção ao carro, sentando no banco de trás. Não demorou muito, eles aparecem com o playboy e o empurram para dentro. Sentou-se do meu lado, imprensado por Morcegão. Na frente, seus dois amigos.

- Liga o possante aí, Rato. Vamo dá uma volta com o playboyzinho aqui.

O carro começou a se movimentar.

- Quê que vocês querem?? Me deixa sair. Eu não tenho dinheiro aqui, eu não fiz nada! - disse apavorado

- Tu entrou tão nervoso no carro que nem disse oi pra nossa amiga.

Só então ele olhou para meu rosto.

- Você? Qual é a sua, vagabunda? Por que tá fazendo isso? - De repente o cara no banco do carona se vira dando um tapa certeiro no rosto do rapaz.

- Qual é, mermão? Perdeu a noção do perigo? Chamando nossa amiga de vagabunda na nossa frente? Tu quer morrer, viadinho?

- Deixa que eu preciso ter uma conversinha com ele. - agarrei-o pelo pescoço - Pode me dizer por que estava me seguindo na sexta? E por que seguiu minha amiga antes?

- Eu não sei do que você tá falando... - gaguejou demonstrando o quão nervoso estava.

- Eu acho que a gente vai ter que refrescar tua memória, playboyzinho. - Morcegão encostou seu revólver na barriga dele e agora vi pavor em seu olhar.

- Não me mate, pelo amor de Deus!! - pediu em lágrimas

- Vai responder minha pergunta vivo ou vou ter que recorrer a um médium pra te questionar depois de morto? - disse o intimidando.

- Não, eu respondo! Eu chamei uns caras aí pra dar um susto em vocês porque eu fiquei puto com aquele soco que você me deu. Tava todo mundo me zoando por causa daquilo e eu queria dar uma lição nas duas... Mas não era nada de mais. - continuava chorando.

- Não era nada de mais? Sei... - aumentei a pressão em seu pescoço e olhei bem nos olhos dele - Escuta aqui, palhaço, fica longe da gente ou você morre. E se acontecer qualquer coisa com a minha amiga ou comigo, eu vou assumir que é coisa sua e te pego, mas pra matar! E se derem trote nela, até isso eu vou considerar como culpa sua!

- Agora é a nossa vez de se divertir, gatinha... - pediu Morcegão - Você sabe que eu até pago pra sacanear um playboy otário como esse aqui. - bateu na cabeça dele.

- Por favor não me matem... - chorava agora nervosamente.

- Me deixa aqui no prédio da Reitoria, por favor. - pedi.

Rato parou o carro e desci.

- Escuta bem rapaziada, pode levar ele pra dar um passeio mais longo, fora da Cidade Universitária, pode brincar com ele, mas não machuca muito o otário não. Dessa vez é só um aviso. - e olhando pra ele - DESSA VEZ é só um aviso, porque, se houver uma próxima, não serei tão boazinha como estou sendo agora. Eu não quero ver tua cara de novo!

- Por favor eu não faço mais, me deixa descer!!!

Afastei-me do carro e eles se foram. Os sorrisos nos lábios deles eram demoníacos.

Além do TempoWhere stories live. Discover now