10 - Orgulho Ferido

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- E seus pais? 

- Mamãe está hoje em São Paulo. Reunião de moda primavera verão para próxima estação. E papai foi para uma reunião em Nova York. Está no avião nesse momento. - Fomos andando até o carro.

- E as outras provas? E o cálculo?

- Passei direto em todas as outras matérias. E no cálculo tirei dez desta vez.

- Uau! Que ótimo! - senti-me verdadeiramente feliz por ela. - Então, está de férias?

- Parece que sim.

Chegamos até o carro e fiquei boba. Que máquina! Não conhecia aquele modelo. André saiu de dentro e nos abriu as portas. Estava de terno e gravata e usando luvas.

- Boa tarde, senhoritas! – curvou a cabeça.

- Boa tarde. – respondi.

- Boa tarde, André. Vamos para casa, por favor.

André ligou o carro e partimos.

- A gente vem sentada aqui atrás?

- Sim. Mamãe não quer que eu ou nossos amigos nos sentemos ao lado do motorista. E André faz tudo exatamente como ela manda.

"Às vezes eu acho que sua mãe dá uns pegas nesse motorista... O que aliás mostra que ela não tem mal gosto, de todo." 

- E você, Emma? Como foi sua semana de provas?

- Ciclo profissional não tem semana de provas. Elas são dispersas. Mas já acabou tudo e eu passei bem. Agora venho só por causa do laboratório.

- Como é o seu trabalho lá?

- Trabalho na área de estruturas e estudo o uso do aço ao invés do concreto na construção civil...

Conversamos sobre meu trabalho e Regina pareceu se interessar muito. André nos deixou no prédio e ela o dispensou, mesmo com sua insistência de me esperar para me levar em casa. "Ah meu filho, se você chegar comigo no pé do morro com esse carrão e vestido desse jeito a malandragem não vai perdoar nem essa luvinha que você tá usando!"

Entramos no apartamento e Regina me ofereceu um monte de coisas que não aceitei… inclusive jantar.

- Minha avó preparou comida pra mim, linda. Não posso jantar aqui. Agradeço e fique à vontade. Vai lá se servir, eu te espero.

Ela ficou meio sem graça, pediu licença para se trocar. Fiquei na sala e, antes que ela sumisse de minha visão, chamei: - Regina?

- Sim?

Caminhei para perto dela: - Você ficou ainda mais linda com esse visual novo. O cabelo curto caiu muito bem. Ficou mais sexy, mais charmosa. – passei a mão em seus cabelos – Meio asa delta meio repicado. Excelente. – cheirei seu pescoço e ela se arrepiou.

Beijei-lhe o pescoço e abracei sua cintura colando seu corpo no meu. Beijei seu lábios e ela parecia relutante. Insisti com o beijo e ela se rendeu, envolvendo meu pescoço se entregando ao que sentia, até que a falta de ar nos freou.

Ela abaixou os olhos e corou: - Você elogiou o cabelo de mamãe e aí eu cortei os meus… - disse tímida - Agora deixa eu me trocar e fazer as coisas rápido. Temos que conversar. - agora com seriedade.

- Vai lá. - estranhei, mas não retruquei.

Ela saiu apressada e eu me sentei no sofá. "Mas, e agora? A gente vai conversar sobre o que? Sobre nós? O que será que ela quer?" 

Depois de um tempo Regina voltou e estava com um conjunto de moletom justinho no corpo e calçando chinelos, com salto. Aliás, salto e batom eram coisas que ela não dispensava. Ela caminhou um pouco pela sala e parou perto da mesa. Enfim começou.

Além do TempoWhere stories live. Discover now