- Tenho certeza de que conseguiu. – pus minhas mão sobre as dela – Então você, assim que souber da nota, me fala. Dependendo não vai mais querer estudar.

- Não, eu quero sim! - respondeu rapidamente - Mesmo se tirasse dez, eu iria continuar querendo. Aliás, espere um minuto – levantou-se e foi até o quarto – Isto é seu e nem se lembrou de cobrar. – estendeu-me um cheque.

- Ah, Regina...escuta. – levantei-me – Eu não quero te cobrar.

- Ah, não! Você trabalhou. Eu prometi e cumpro, por favor. – continuou com o cheque estendido para mim.

Olhei para o chão e pensei no que dizer:

- Vamos fazer assim, eu aceito esse cheque se as próximas aulas até a segunda prova forem de graça. Você me dá só o almoço.

- Mas assim não. – aproximou-se mais de mim. Meu corpo dando sinal de alerta. – Você passa o sábado todo comigo e não ganha por isso? Não acho justo.

- Mas não é ruim passar o sábado com você! Eu gosto. - sua aproximação mexe tanto comigo que sinto minhas pernas darem uma leve bambeada e espero que ela não tenha notado isso. 

Nos encaramos por um tempo até que ela pôs o cheque no bolso da minha calça.

- Eu também gosto. – tocou meu cinto – Mas é justo que o trabalho seja pago.

- Aceite o que te propus. Você pagou, mas essa foi a última vez. - disse, quase implorando, não conseguia me mover, não conseguia me afastar dela.

Ela olhou para mim como quem tem pena.

- Você precisa desse dinheiro, Emma e trabalha por ele...

- Eu sei do que preciso, Regina e não é do dinheiro. – não sei dizer quando, mas cheguei ainda mais perto – E sei o que quero. - encarei profundamente seus olhos castanhos, que me prendiam com uma força que eu não conseguia desviá-los… e eu não queria.

- E o que quer, Emma? – seus olhos se fundiram aos meus. Sim, eu sabia o que queria e não pensei em mais nada. Apenas agi. Me aproximei ainda mais e toquei seu rosto com a ponta dos dedos, na altura da sobrancelha, e o acariciei com suavidade até chegar em seus lábios. Deslizei o polegar por seu queixo e meu olhar se alternava entre seus olhos e lábios. Ela tocou-me no ombro e deslizou levemente os dedos por meu braço, subindo novamente a mão para meu ombro, alcançando meu pescoço. Parou ali. Minha respiração ofegante denunciava meu nervosismo e senti que ela também não estava indiferente, pois seu peito subia e descia.

Minha outra mão se posicionou em sua cintura e esperei alguma reação que mostrasse que ela me rejeitaria. Ao contrário de meus receios, ela pôs a outra mão em meu ombro. Enlacei sua cintura e puxei-a então para mais perto até que senti o contato de seu corpo no meu. Não sei explicar, mas meu corpo gostou desse simples contato entre nós. Acariciei seu rosto e baixei a cabeça aproximando nossos lábios. Ela semicerrou os olhos e nossos narizes se tocaram num carinho, nossas respirações se misturando cada vez mais com a aproximação. Meu coração batia acelerado e eu me sentia como nunca havia me sentido antes. Parecia que meu estômago rodava e a cabeça não pensava, apenas se perdia. Fui invadida por um misto de ansiedade, paixão, carinho, amor..."Amor?"

Mantive uma das mãos em suas costas, na altura da cintura, e a outra vagou até sua nuca. Segurei seus cabelos suavemente e beijei-lhe os lábios com ternura. Regina estava com os lábios entreabertos e rocei levemente nos seus. Pedi espaço, silenciosamente, com a língua. Ela concedeu prontamente e nossas línguas se encontraram num toque macio e se movimentavam em uma dança suave e gostosa. Meu coração, a essa hora, já batia feito um louco e, dessa vez, era por algo muito maior que desejo. "Como eu quero essa garota, meu Deus!" 

Além do TempoWhere stories live. Discover now