Capitulo 22 - Você de novo?

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_ Migueeeeel! -a voz feminina diz manhosa - Vê se isso são horas de me ligar merda! Você sabe que eu to grogue com os remédios, se você gravar mais um audio comigo falando alguma merda drogada eu juro que vou  publicar seu video me levando no show da kate Perry.

_ Nanica, não é nada disso ok. Eu estou com a menina nova da cidade, aquela que você comentou comigo.

_Serio Mi! Não acredito que você fez isso! Eu já disse que não quero que você faça nada - a voz dela falha - não quero que aconteça nada com você irmãozão.

_ Ei! Tudo vai dar certo! - ouço uma fungada e um humhumm em resposta.

_ Então você encontrou a menina estranha que deve ter feito uma cirurgia bariátrica por que você viu as roupas dela? Parecem de uma pessoa tres vezes maior que ela...

_ Keila?

_ Eu não entendo como ela pode sair assim..

_ Mas que merda Keila! Só fica quieta e me ouve, ela esta aqui comigo e esta ouvindo suas idiotices sem sentido. Será que mesmo depois do que você passou você vai continuar com essas merda!? - O homem esta bravo.

_ Oh! Desculpe! Eu só... não quis ofender ok, É só o que todo mundo diz... 

_ Não me importo - disse revirando os olhos.

_ Nota-se!

_ Keila! - Miguel rosna.

_ Ok! Parei. Nossa! O que você quer comigo, fala logo! - Me aproximo dele e aperto  a tela encerrando a chama.  Não iria aguentar um minuto a mais dessa ladainha.

_ Você já provou seu ponto, agora me diz o que tenho haver com isso?

_ Agora que sabe a verdade será que podemos sair da chuva? Sei que o que vou falar agora pode fazer você fugir ou me acertar novamente mas...  somos vizinhos, então será que podemos ir para casa?

_ Alem de me seguir, ainda deu um jeito de morar perto de mim? Cara você só esta piorando as coisas.

_ Sendo honesto não foi minha culpa. Você deve saber como é dificil achar algo para alugar nessa cidade. 

_ Sei bem. - bufei. Que merda eu faria agora! O frio e a chuva ja estavam congelando meus ossos.

_ Esta certo, mas não se aproxime. Mãos onde eu possa vê-las.

_ Combinado.


Fazemos o resto do percurso em silencio, Miguel assim como eu se mantinha atento, quando estávamos quase virando a esquina da nossa rua Miguel congelou e se virou rapidamente. Antes que pudesse se quer pensar no que estava acontecendo ele havia me puxado rapidamente, me empurrando na parede mais próxima e me beijado, não um beijo de língua mas ali estavam seus lábios esmagando os meus em um beijo.

Assustada levantando os braços tentando afasta-lo, empurrando com toda a força que podia, pensando que merda estava acontecendo quando ouço vozes. Miguel abandona meus lábios e beija meu ombro, subindo vagarosamente até chegar ao meu ouvido - me arrepiando inteira.

_Apenas entre no jogo, não faça nada por favor. - sussurra implorando bem baixinho em meu ouvido, a voz mais grave que o normal. Ele levanta seu rosto e  seus olhos se fixam nos meus, esperando por uma resposta. Fico ali lutando entre a vontade de me livrar de sua proximidade, da sua audácia, mas sentindo aquela sensação pungente de que deveria ficar ali ou algo daria muito errado. Seguindo a voz que sempre me guiou confirmo com a cabeça silenciosamente.

Encaro bem seus olhos não acreditando em como estava sendo condescendente com toda essa merda. Ele havia roubado meu primeiro beijo, o beijo que eu havia lutado tanto para ser meu, para dar para quem quisesse, usa-lo quando quisesse. Mais uma vez havia sido roubada, mais uma coisa havia sido tomada de mim e aqui estava eu, tendo todos os motivos para levantar meu joelho e o acertar bem nas bolas mas ao invés disso estava confiando naquele sexto sentido que dizia que eu deveria confiar nele e não fazer qualquer merda ou me arrependeria.

ConfinadaWhere stories live. Discover now