Capítulo 72

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Meu coração para quando encontro minha mãe de joelhos com as mãos amarradas para trás e um pano tapando sua boca. Acima dela tem um enorme buraco que dá pra ver o céu com a luz da lua penetrando por ele, deixando a caverna um pouco iluminada.

-Mamãe! -exclamo e vou até ela com as pernas bambas de nervosa.

Ela olha para mim e faz que não com a cabeça, grunindo, em um desespero silencioso.

— Vai ficar tudo bem. Eu vou te tirar daqui...

Duas sombras pairam sobre nós, levanto a cabeça para olhar pra cima e vejo Zoe e a pessoa com o bastão ninja paradas ao nosso redor.

-Para trás. -Zoe ordena, pressionando a ponta de um revólver contra a nuca da minha mãe.

Levanto as mãos pra cima em sinal de rendição e recuo lentamente, tentando parecer calma.

-Ok. - concordo.

-Hanna, pegue as armas dela.

-O quê? -indago surpresa.

A pessoa com o bastão puxa o capuz para trás, revelando sua identidade.

-Hanna? -minha voz sai esganiçada. -Você ajudou a sequestrar minha mãe? Mas por que?

-Porque você mandou minha namorada pra cadeia! -ela pega a pistola e o meu pendante das minhas mãos e se afasta de mim. - Você e Lucy acharam que ia ficar por isso mesmo? -se vira pra Zoe. - Ah, será que eles conseguiram encontrá-la a tempo?

Zoe dá risada e as duas trocam olhares.

Desespero se apodera de mim.

-Encontrar quem? -pergunto.

-Sua amiguinha, Lucy. Chamei ela para ir ao banheiro comigo e quando ficamos a sós injetei nela uma dose de clorofórmio e depois Zoe me ajudou a tirá-la da escola sem que ninguém percebesse e a jogamos num local bem distante.

Agora sei porque não encontrei nenhum deles quando entrei no salão de festas, eles estavam procurando Lucy.

Encaro-a com expressão de horror.

-Não se preocupe, sua amiga não vai sentir nada, pois está num sono profundo.

Zoe rir e lágrimas escorrem dos olhos da minha mãe.

-Não acredito que fez isso, Hanna. Samantha matou uma pessoa e tinha que pagar o preço.

Ela estreita os pequenos olhos puxados, me enviando um olhar de ódio.

-É, mas não cabia a vocês denunciá-la. Vocês a tiraram de mim! -seus lábios tremem como se fosse chorar.

Engulo em seco, sem saber o que dizer. Não dá pra argumentar quando uma pessoa tá cega pelo o ódio.

Me viro para Zoe que nos observa bem despreocupada, como se estivesse assistindo a uma novela.

-E você? Vai me explicar por que se fingiu de minha amiga? -meu tom sai carregado de desgosto. Eu realmente gostava dela.

Sua expressão de tanto faz se desfaz e seus olhos azuis ficam escuros, sombrios.

-Emily Green. -ela responde entre dentes.

-Hã? Quem? -não faço a mínima ideia a quem esse nome pertence.

Zoe continua pressionando a arma contra a nuca da minha mãe, que está de cabeça baixa e de vez enquando me olha por entre os cabelos que estão caídos pra frente, como se quisesse me enviar uma mensagem.

-Ela era loba e minha melhor amiga. Fazíamos faculdade de arquitetura juntas em Sacramento. Há dois anos Emily veio visitar a família que mora nessa cidade e foi brutalmente assassinada por um infeliz de um caçador que estava bêbado.

Lua Negra (Editando)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora