Capítulo 5

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Enquanto eles se divertem enchendo a cara, eu fico quieta no meu canto, me repreendendo pela milésima vez por ter vindo. Deveria ter ficado com a minha mãe, dando apoio a ela e não aqui com esse bando de idiotas.

-Acho que não sou só eu que está se sentindo deslocada nesse lugar.

Ouço uma voz por trás de mim. Viro a cabeça. É a garota que esbarrei ontem na saída do bar da Diana.

Dou um sorriso.

-Oi, meu nome é Zoe Lancaster. - ela diz e se senta ao meu lado.

-Kimberly Whitmore, mas pode me chamar de Kim.

-Ok, Kim.

Zoe Lancaster parece ser uma garota legal. Seus olhos são muito azuis e seu rosto de porcelana é delicado. Ela parece frágil e inofensiva, o tipo de garota que eu seria amiga com certeza.

-Então, eu queria me desculpar mais uma vez por ter derrubado seus livros ontem, espero que não os tenham danificado.

Ela arruma os óculos de grau grandes para seu rosto pequeno.

-Não, não ficaram não. –responde-me rapidamente.

Começamos uma conversa descontraída e logo vou me sentindo mais á vontade. É bom ter alguém normal pra bater um papo. Ela me conta um pouco sobre sua vida. Que seus pais morreram quando era criança e foi criada por uma tia. É de Wellow Falls a cidade vizinha de Havenwood Falls e veio pra cá para fazer faculdade de história na universidade daqui.
Contei um pouco sobre mim, mas só um pouco, não gosto de falar da minha vida para pessoas que mal conheço, apesar dela estar sendo bem amável comigo.

Paro de prestar atenção no que Zoe diz quando vejo Dominic tirar a camiseta e a calça jeans e ficar só de cueca box preta que cai perfeitamente em seu corpo gostoso. Ele parece um daqueles modelos da Calvin Klein. Ombros largos, braços fortes, musculatura perfeita e tem uma tatuagem da cabeça de um leão nas costas. Tento parar de olhar, mas não consigo. É como assistir à um comercial de sungas, só que ao vivo.

-Tá super a fim dele, não tá? -Zoe cochicha no meu ouvido.

No mesmo instante desvio o olhar sentindo meu rosto ficar em brasa.

"Afim dele? Será que estou?"

-Não, eu não...-minha voz sai esganiçada. Pigarreio. -Acho que tô. Mas tá tão óbvio assim?

Ela assente.

Acho que preciso melhorar a minha expressão de indiferença quando eu estiver no mesmo local que ele.

Fico olhando para meus pés fincados na areia.

-Não precisa ficar com vergonha, eu também já tive uma queda por ele.

-Já? -levanto a cabeça.

- Foi assim que cheguei a essa cidade, mas logo tratei de tirá-lo da minha cabeça no mesmo momento em que percebi o tipo de cara que ele é.

-E que tipo de cara ele é?

-Do tipo que quer todas e ao mesmo tempo nenhuma. Que não leva nenhuma garota a sério e não se importa em brincar com o sentimento alheio.

Sinto uma pontada de tristeza. Acho que isso se chama decepção. Mas quem pode culpá-lo? Ele é bonito e pode ter a garota que quiser. É claro que não vai se prender somente a uma.

Ficamos observando de boca aberta enquanto ele salta do alto de uma pedra e mergulha perfeitamente no lago.

-Que perfeição. -solto baixinho, sem querer.

Lua Negra (Editando)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora