Capítulo 50

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No sábado.

Tamara morava numa bela casa com um belo jardim de rosas vermelhas e brancas bem em frente à praça, ao lado da igreja.

—Faz tanto tempo que não venho aqui. –Rubi comenta quando saímos do carro.

Mamãe convidou Dante e sua família para virem conosco, mas só Rubi e o Dante vieram, acho que o Conrado está evitando se encontrar comigo, pois não o vi mais desde àquele dia no lago.

Dante tranca o carro e nós atravessamos o pequena jardim parecendo uma família perfeita. Mamãe, papai e as duas filhas adolescentes.

Mamãe toca a campainha e quem abre a porta para nós é Verônica. Ela nos cumprimenta com um belo sorriso e nos manda entrar.

Na sala de estar, sentados num sofá em formato de U  perto de uma enorme lareira, estão o prefeito, o xerife e sua esposa. Uma música suave toca num Home Theater e o prefeito Quinn e o xerife Gibson seguram nas mãos um copo de whisk. Damos boa noite a todos e Verônica diz que Lucy e o Trent estão na sacada no andar de cima.

Antes mesmo de Verônica terminar de falar, Rubi pega na minha mão e me puxa em direção a escada.

Ouço Dante resmungar  "Mas essa garota não tem jeito."

E Rubi dá de ombros.

A sacada fica no segundo andar. É um espaço aberto e bem decorado com vasos de plantas suspensos, sofá cinza em formato de L, luminárias de chão, mesa de centro, tapete e uma espreguiçadeira. Tudo é tons claros e verde, criando um clima aconchegante.

Trent se levanta e vem ao nosso encontro assim que nos vê se aproximar. Como sempre está bem vestido-calça jeans lavagem escura, camisa branca de botão, suéter em duas cores- preto e branco com gola em V e nos pés tênis.

Ele me cumprimenta com um beijo na bochecha, aproveito e lhe entrego seu blazer que tinha ficado comigo desde a semana passada. Trent se volta pra Rubi e apenas lhe cumprimenta com um sorriso seguido de um comentário que a deixa possessa.

—E ai, Maria mijona. –brinca.

Lucy dá risada.

Rubi cruza os braços, fuzilando-o com seus lindos olhos azuis de gato.

—Maria mijona é a put....

—Olha, nada de palavrões aqui, se não eu conto seu segredo pra Kim. –Trent diz interrompendo ela.

Rubi fecha a cara e ele a puxa para um abraço, sorrindo.

—Segredo? –questiono, olhando de um para o outro, sentando-me ao lado de Lucy.

Trent ri, assentindo.

—Não existe segredo nenhum. –Rubi dispara dando um soco de leve no braço dele.

Clima entre eles é de total amizade. Uma amizade de infância.

Um vento frio balança meus cachos feitos com babylizz. Minha mãe foi quem escolheu a minha roupa para o jantar - vestidinho de renda estruturado no busto e marcado na cintura na cor pêssego e sem alça, sapatos Scarpin vinho e bolsa modelo carteira. Ela disse que esse e o look que se usa em uma ocasião como essa e não jeans, camiseta, tênis e moletom, que era com o que eu queria vir vestida a esse jantar.

Os três começam a conversar descontraidamente, relembrando de coisas que fizeram na infância quando brincavam juntos. Eu me sinto sobrando, pois não os conheci e não convivi com eles quando era criança.

Me levanto e vou até o parapeito da sacada. Fico observando a praça que está lotada de jovens. Skatistas andam de um lado a outro de skate, pequenos grupos de amigas conversam tomando sorvete enquanto paqueram com garotos que passam por elas. Pequenos quiosques vendem pizza, batata frita, hambúrgueres. Com o meu faro de lobo posso sentir o cheiro de tudo isso daqui de cima.

Lua Negra (Editando)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora