Capítulo 60

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Assim que Conrado para o carro, eu baixo o vidro da janela.

"Blue Dance Night"

Termino de ler o que está escrito numa placa de vidro com letras em néon e me viro pra Rubi de cara feia.

—Por que me trouxe a uma boate? Você sabe melhor que ninguém que não estou no clima pra isso.

Ela pisca pra mim com cílios postiços enormes, sorrindo. Evidentemente ignorando minha irritação.

Fecho a cara ainda mais e Cruzo os braços, me recostando no encosto do assento.

Às vezes chego a pensar que a Rubi não é deste planeta.

—Ah, qual é, Kim. Sorria! O mundo é feito de cores. –ela espalma as mãos pelo o ar.

Reviro os olhos.

—Isso depende do estado de espírito de cada um e o meu nesse momento está cinza-chumbo.

Conrado nos observa pelo o espelho.

—Deixa de ser chata! Anda, vamos logo que hoje a noite promete. –Rubi abre a porta, salta e fica esperando por mim.

Trent e Toby sobem a calçada.

Levo alguns segundos e então balançando a cabeça em negativa, saio.

Rubi joga o braço ao redor dos meus ombros e me conduz para dentro, mas antes que eu entre, ouço Conrado me chamar.

—Posso falar com você? –ele pede, parecendo um pouco ansioso.

—Claro. –Respondo.

Rubi olha de mim pra ele, tira o braço e segue com Tob e Trent se juntando a ela.

Depois que eles entram, Conrado se aproxima e beija minha bochecha com delicadeza. Pega de surpresa, fico sem reação.

—Quero desejar que você tenha o melhor aniversário de todos. –ele se afasta um pouco para olhar nos meus olhos e depois se aproxima novamente. —Espero que goste do meu presente. –murmura no meu ouvido.

Agradeço, porém sem entender nada, porque ele já me deu um presente no restaurante. Dando nossa conversa por encerrada, ele se vira, indo em direção ao carro.

Observo-o de testa franzinda.

—Você não vai entrar? – aponto pras portas duplas atrás de mim.

Ele balança a cabeça.

—Lugares cheios e barulhentos, confundem meus sentidos. Muitas vozes ao mesmo tempo, me deixam tonto. –explica, se referindo a sua super audição.

—Mas você não disse que precisa se concentrar pra ouvir?

—Sim, mas mesmo assim, me incômoda um pouco e por isso evito lugares desse tipo.

—Hum..

Conrado dá a volta, abre a porta do motorista e entra.

Toco minhas pulseiras enquanto vejo-o descer a rua, virar a esquina e sumir de vista.

Me viro, respiro fundo e entro na boate.

Lua Negra (Editando)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora