Capítulo 46

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Os Jaguars vencem o jogo da primeira temporada e os torcedores invadem o campo. Quem marcou o ponto da vitória foi o Noah com o repasse do Tobi.

Algumas torcedoras e animadoras de torcida vão para cima do Noah como formigas vão pro doce.

Rubi estreita os olhos e chega junto já marcando território.

—É melhor vocês irem tirando as patas de cima do meu boy, porque gato tem sete vidas, mas cadelas não. –ela diz parando de braços cruzados bem na frente do Noah.

As garotas fuzilam Rubi com o olhar e saem resmungando.

Noah tira o capacete, sorrindo. Ele a pega pela cintura e a levanta do chão. Rubi põe os braços ao redor do seu pescoço e os dois se beijam apaixonadamente.

Como estou sobrando, volto e paro ao lado da arquibancada e fico fitando-os de longe.

—Eles ficam bem juntos, não é?

Sobressalto-me e meu coração dispara quando viro-me e dou de cara com o Dom. Por alguns segundos ficamos nos encaramos de um jeito tão intenso que fica difícil suprimir e esconder a vontade que tenho de ter a sua boca na minha de novo. Mas então me lembro que essa mesma boca que tanto desejo estava beijando outra ontem e sou consumida por raiva e ciúme.

Desvio o olhar dando de ombros como se sua presença assim tão perto de mim não tivesse me afetado.

— Igual você e a tal da Saly? –indago sem querer. Quando estou com raiva perco o controle do que sai da minha boca e digo a primeira coisa que me vem a cabeça.

Ele sorri e as malditas covinhas que tanto me atraem se formam em suas bochechas.

—Ah, então você já soube da Saly. –seu tom é de divertimento.

Eu fuzilo com os olhos.

—E não era isso que você queria? Esfregar na minha cara que já estava em outra, foi por isso que ficou com ela na frente de todos.

Ele põe as mãos dentro da jaqueta de couro. O olhar fixo em mim.

—Não, o que eu queria, ou melhor quem eu queria era uma loira, baixinha, de olhos azuis-claros, mas como ela me dispensou e disse para eu nunca mais falar com ela. Então... –ele dá de ombros.

Cruzo os braços.

—Mas faz tão pouco tempo! –constato. É claro que não é só por causa disso que estou tão brava com ele.

—Não sou homem de ficar correndo atrás de mulher. Comigo é assim; me quer? Tudo bem, se não quer, tem quem queira. Não gosto de perder tempo. E além do...

—Bom pra você. –digo interrompendo-o. Me viro e sigo em direção a saída do campo.

Ouço seus passos seguindo-me.

—Aonde você vai? –Dominic pergunta irritado.

—Para bem longe de você! –respondo por cima de ombro.

Dominic me puxa pelo cotovelo, me fazendo virar de uma vez e me traz para junto de sí. Bato na parede de músculos que é o seu abdômen.

Respiro fundo e acabo inalando seu cheiro sem querer. É gostoso e me faz ter vontade de agarrá-lo e beijá-lo até criar calo na língua. Mas quando lembro que ele ficou com outra a raiva me consome.

Lhe dou um empurrão, porém, em vão, é claro.

Baixo a cabeça.

—Por que tá fazendo isso? –murmuro, me referindo a tudo que aconteceu entre nós até agora. Me referindo sobre ele ter ficado com outra garota e que agora está aqui me encarando com esse olhar cheio de promessas que nunca poderão ser compridas.

Ouço-o respirar fundo.

Dominic segura meu queixo, fazendo-me olhar para ele. Seus olhos são como dois diamantes negros que brilham com intensidade, que atraem a atenção de todos por seu brilho, mas que não é qualquer um que pode alcançá-los.

—Porque eu te quero. Quero como jamais quis alguém.

Sua voz é profunda, tensa e me faz fazer algo que jamais pensei que faria. Por ser tímida, não sou uma garota de tomar atitudes em relação a garotos. Sou mais do tipo que se apaixona e fica sofrendo em silêncio por um garoto que sabe que nunca que vai ter.

Fico bem na ponta dos pés e o puxo pelo colarinho da jaqueta. Ele se curva um pouco para frente e eu o beijo. Não um beijo delicado, meigo. Mas um beijo selvagem, cheio de desejo e paixão. Um beijo que não deixará dúvidas sobre o que sinto por ele.
Sua boca tem gosto de cerveja e chiclete de menta. Chupo sua língua e dou pequenas mordiscadas em seus lábios macios. Dominic geme baixinho quando enlaço meus dedos em seus cabelos e os puxo de leve.

Pela primeira vez ele fica sem reação e deixa que eu tome o controle da situação. E quer saber? Tô gostando disso.

Dominic me aperta ainda mais contra seu corpo e agora é ele que começa a reivindicar minha boca, minha língua. Mas de repente pára como se tivesse se dado conta de algo e me afasta para atrás com as mãos em meus ombros.

—Mas o que você tá fazendo? –questiona ofegando e olhando ao redor.

Franzo a testa. Estou com a pulsação acelerada e quase sem fôlego. Levo alguns segundos para entender que ele está se ferindo ao fato de estarmos nos beijando em público.

Me abaixo para apanhar do chão o meu gorro que tinha caído e o seguro nas mãos.

Respiro fundo e então fito-o bem dentro de seus olhos.

—Tomando uma atitude. Eu enfrentaria tudo e a todos por você, pôr nós. E você? Será que faria o mesmo?

Dominic pisca surpreso.

—Diz isso, mas não quis fugir comigo. –rebate.

Arrumo meus cabelos e ponho o gorro de volta na cabeça.

—Não é que eu não "quis" fugir com você. É que eu não posso deixar minha mãe sozinha nesse momento. –explico.

Dominic põe as duas mãos na cintura, olha para cima e fica encarando o céu estrelado, pensativo.

Algumas garotas passam por nós olhando pra ele sem cerimônia, sem se importar que ele esteja acompanhado.

—Também estou disposto a enfrentar tudo e a todos por nós. –ele diz e tira de dentro do bolso da calça jeans uma embalagem de chiclete vazia. Dá um nó nela formando um anel de mentira e o põe no meu dedo. —Quer ser minha namorada?

Pega de surpresa, levo alguns segundos para processar sua pergunta.

Fito o anel de mentira. Dominic Blackwell é uma caixinha de surpresas mesmo.

—Perai machão. Não pensa que vai ser tão fácil assim me torna sua namorada não. Você vai ter que ralar... e muito. –brinco e saio sorrindo.

Olho por cima do ombro e o vejo sorrindo também.

Olho por cima do ombro e o vejo sorrindo também

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Continua no próximo capítulo. Não esqueçam de comentar e curtir. Obrigada pela leitura amores !!

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