Capítulo 31

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Os momentos mudam tão rápido que ás vezes fica difícil seguir o ritmo deles. Ontem, Dominic e eu estávamos juntos, felizes, rindo, nos beijando e Tamara tava viva, respirando. Hoje, ela tá morta e o Dom e eu rompemos algo que na verdade nem sei o que era que tínhamos, mas que está doendo muito.

Preciso de toda minha força para não chorar, para que o nó que se formou na minha garganta não se desmanche em lágrimas.

Assim que ponho os pés dentro de casa, minha mãe me conduz até a tal sala secreta no porão.

—Tem algumas pessoas que querem conhecê-la. –ela diz tensa.

Não digo nada e deixo que me guie.

Quando entramos tive a sensação de estar entrando em uma solitária de presídio, pelo menos é assim que eu acho que seja uma, já que nunca nem se quer entrei numa delegacia.

As paredes são todas forradas com isolamento acústico preto. Sem nenhuma janela para que entre o sol. No centro da sala tem uma enorme mesa igual a da cozinha com doze acentos, onde quatro pessoas estão sentadas, três mulheres e um homem. Parece que metade do conselho da Lua Negra veio, só não tô entendendo por quê. Do teto pende um lindo lustre de cristal e só, não tem nada mais nessa sala estranha.

Um homem de cabelos brancos e olhos azuis, segurando uma bengala com símbolo da Lua Negra entalhado na lateral, faz um gesto para que a gente se aproxime. Ele aparenta ser o mais velho dos doze irmãos. Minha bisavó teve doze filhos, onze homens e uma mulher, a tia Jeanine. Eles são os que compõe o conselho da organização Lua Negra, são os que mandam nela. Quando um membro do conselho morre, o filho ou filha, mais velho é quem passa a ocupar o seu lugar, e assim por diante.

—Essa é a Kim, tio Joseph. –mamãe me apresenta.

O homem reencosta no encosto alto da cadeira e me examina de cima abaixo. Os outros também fazem o mesmo.

—Tem certeza que ela é uma rastreadora? –ele questiona como se isso fosse a coisa mais rara do mundo... E, talvez seja mesmo, já que sou a única dessa geração que nasceu com o olfato dos lobos.

Mamãe assente.

—Então ela vai servir. –ele diz em um tom decidido.

Olho pra ela de olhos arregalados.

—Servir pra quê? –murmuro.

Ela balança a cabeça que não, que não pode falar agora.

Sou apresentada ao resto da família. As três mulheres são primas da minha mãe. Amélia, Freya, Louise. Todas são filhas dos tios que já morreram, dois deles numa caçada.

***Várias perguntas surgiram na minha cabeça quando voltamos a sala de estar

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Várias perguntas surgiram na minha cabeça quando voltamos a sala de estar.

—Mãe, o que está acontecendo? Por que essas pessoas estão aqui? E eu vou servir pra quê?

Lua Negra (Editando)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora