Capítulo 33

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—Ele fez o quê? –Ruby exclama horrorizada.

—Exatamente o que acabei de lhe contar.

Depois de pensar no que fazer com o Conrado, resolvi ligar pra Ruby vir aqui pra vermos como vamos resolver essa situação.

Estamos sentadas na sala  uma ao lado da outra observando o Conrado dormindo no sofá.

— Já verificou se o Whisky que ele tomou não tava vencido?

Seguro a adaga entre meus dedos com muito cuidado para não me cortar.

–Hã?

—É que ouvi dizer que beber álcool passando do prazo de validade faz as pessoas fazerem coisas que não queriam.

Balanço a cabeça freneticamente. É sério que ela tá querendo pôr a culpa na bebida?

—Isso não tem nada a ver com o Whisky. Seu irmão é que é louco! – ponho a adaga em sua mão e fico em pé.

Ando de um lado para o outro de braços cruzados imaginando o que teria acontecido se ele não tivesse caído. Com certeza eu estaria morta já que não tenho nenhuma experiência em combate corpo a corpo.

—Por favor, não o denúncie pra Lua Negra. –ela pede com um tom de voz suplicante.

Paro de andar e ergo a cabeça para encará-la.

Como ela pode me pedir isso? Se o irmão dela quis me atacar com uma arma!

Vejo desespero em seu olhar, mas mais do que isso, vejo medo, muito medo.

—E por que não? –questiono.

—Por que um caçador não pode beber. É uma das regras mais rígidas da Lua Negra.

—Mas você bebe. –Lembro-a.

Ela sorri sem humor.

—É que eu gosto de quebrar as regras e tomo muito cuidado para não ser pega em flagrante, mas ele... –seus olhos vão para o irmão. —nunca bebeu e nunca quebrou uma regra.

Penso por alguns segundos sobre isso e não sei que atitude tomar. Gosto muito da Ruby, apesar de ela ser meio maluquinha, sem contar que somos família e o Dante sempre me tratou com carinho, mas e se ele tentar me atacar de novo? Esta é uma daquelas situações muito sérias, onde qualquer decisão que se tomar vai resultar no que virá em seguida.

—Eu não sei o que fazer, Ruby. –admito.

Seus olhos se enchem de lágrimas.

Volto a me sentar do seu lado. Conrado de vez em quando se mexe, mas nada de acordar.

—O que vai acontecer se eu disser pra minha mãe o que ele fez? –pergunto.

— Com certeza será banido da organização e expulso de Havenwood Falls.

Estremeço.

—O quê? –exclamo chocada. — Isso tudo só por que ele bebeu?

A Lua Negra é bem rígida,  imagine se eles souberem que ele ia me atacar.

Ela assente enxugando uma lágrima.

— O conselho criou essa regra porque há dois anos um caçador bêbado matou uma garota loba sem motivo nenhum, e com isso quase pôs fim no acordo de paz entre a Lua Negra e os lobos que moram na região.

—Nossa! –digo com espanto. —E o que aconteceu com o cara?

Ela volta a encarar o irmão com olhos tristes.

Lua Negra (Editando)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora