Capítulo 12

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Secando os cabelos, fico olhando fixo o meu reflexo
no espelho. Vejo os traços de uma garota que teve uma péssima noite. Estou com profundas olheiras que fazem ressaltar ainda mais o azul-piscina dos meus olhos e uma expressão confusa toma conta do meu rosto. Muita coisa que aconteceu ontem não está esclarecida e eu preciso de respostas logo, se não vou acabar enlouquecendo.

Desligo o secador e vou pegar o meu bloco de notas para anotar tudo o que aconteceu na festa e depois no loft de Dominic, antes que eu esqueça.

Sento na ponta da cama apoiando o bloco nas pernas.

1–Cachorro mutante que fala.

2–Lobo estranho que aparece do nada e me salva.

3–Acordo no loft do Dominic, sem ter a mínima ideia de como fui parar ali...E essa parte ele não me explicou.

Meus pensamentos voltam para o momento em que implorei mentalmente para que ele me beijasse. Agora pensando com clareza vejo o quanto fui patética.

De canto de olho, percebo uma movimentação entre as árvores que cercam a casa.
Viro a cabeça de lado por reflexo e vejo o lobo que me salvou. De repente sinto uma vontade enorme de ir falar com ele, de lhe agradecer por ter me salvo. Eu sei que isso é loucura, mas se o cachorro mutante
falou comigo, quem sabe o lobo que me salvou também não fala?

Deixo meu bloco de notas de lado, fecho meu roupão ao redor do meu corpo, saio do meu quarto correndo, desço a escada as pressas, mas com cuidado para não fazer barulho, pois minha mãe está na cozinha preparando o café, abro a porta da frente, mergulhando para um dia úmido e muito frio. O céu está cinza chumbo, com certeza vamos ter um domingo chuvoso.

O lobo continua parado, me encarando. Ele é muito bonito. Tem pelagem branca com preto e olhos azuis bem brilhantes.

Após desviar de algumas poças de lama, finalmente chego perto dele

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Após desviar de algumas poças de lama, finalmente chego perto dele. Eu deveria sentir medo, afinal um animal tão grande assim poderia fazer picadinho de mim em menos de segundos, mas pelo contrário, eu sinto uma afeição pelo lobo e uma enorme gratidão toma conta do meu peito.

—Oi. –cumprimento-o, sem jeito.

Ele simplesmente se vira e sai caminhando graciosamente para dentro
da floresta. Fico parada encarando-o sem entender nada.

No no meio do caminho ele para, olha para trás faz um ruido, tipo, um roronado e começa a caminhar novamente. Entendo isso como uma dica para que eu o siga.

Sigo-o devagar, segurando meu pendante pendurado em meu pescoço.

O lobo para embaixo de um enorme carvalho e senta-se preguiçosamente sobre as quatro patas. Seus olhos estão fixos em mim e de repente me sinto intimidada por ele.

Lua Negra (Editando)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora