Lua Negra (Editando)

Capítulo 59

***
Pego minha mochila e corro para o meu quarto. Deito na minha cama de barriga pra cima e fico relendo a carta, principalmente na parte em que eles dizem que tem o maior prazer em me receber na escola, depois da minha formatura do ensino médio.

Ouço uma batida na porta.

-Pode entrar. -mando, me sentando.

Rubi entra e se joga em cima de mim de uma vez me pegando de surpresa. Nós duas caímos para trás no colchão.

-Parabéns! -ela grita.

Dou risada, empurrando-a para lado.

-Obrigada. E como você sabia?

Ela se vira.

-A Rose ligou para mim mais cedo e contou, então resolvi vir aqui lhe dar os parabéns pessoalmente.

-Hum..

Ela pega a carta da minha mão e começa a ler.

-Aeeee! Minha prima vai morar em Amsterdã!

Quando soube que eu tinha sido sincera com o Conrado, Rubi voltou a falar comigo novamente. E
sinto que ela está bem mais próxima de mim.

-Teve notícias dele? -pergunto com a voz trêmula.

Ela me entrega a carta e agarra um travesseiro.

-Noah me disse que ele está na casa de parentes em Montana.

Meu peito dói ao falar do Dom.
Desde quando terminamos.
Desde àquela noite no penhasco, eu nunca mais o vi.

Baixo a cabeça, sentindo as lágrimas queimarem as bordas dos meus olhos.

Rubi aperta meus dedos.

-É melhor assim, Kim.

Afasto minha mão para longe.

-Por que não me disse que ele era lobo? -questiono, sentindo um nó na garganta.

-Porque não teria feito diferença, teria? Você já estava completamente apaixonada, e além do mais, achei que o Dom deveria te contar, já que ele também estava apaixonado por você.

Fico em silêncio e então acabo concordando com ela.

No dia seguinte.

É sábado e dia do meu décimo oitavo aniversário. Por isso, mamãe me deixou dormir até mais tarde. Não estou muito animada e por mim eu ficaria na cama o dia inteiro. Não tenho motivos para comemorar, só agradecer por estar ficando um ano mais velha e mais nada.

Pego uma xícara e ponho um pouco de café dentro. Bebo um gole e espero minha mãe parar de falar ao telefone.

-Reservei uma mesa para nós no Cesaer's Italian.

Puxo uma cadeira para me sentar.

-Que legal. -murmuro sem um pingo de emoção no meu tom de voz.