Lua Negra (Editando)

Capítulo 17

Segundo a mitologia grega, Licaão foi o primeiro lobisomem. O tirano rei licaão da parte norte da Grécia, na Arcádia, recusou-se à adorar os deuses e troçou das pessoas por acreditarem neles. Zeus disfarçou-se de mortal e viajou até à Arcádia para descobrir por si até que ponto Licáon podia ser mau.
Quando Zeus contou aos camponeses e ao povo da cidade que era um deus, eles acreditaram nele e passaram a adorá-lo.
Mas Licáon não deu ouvidos ao viajante e começou a troçar da credulidade do povo, tendo mesmo chegado a afirmar que iria testar esse charlatão com um teste que não podia falhar.

"Todos sabem que os deuses são imortais." –declarou Licáon.

"Só tenho de matar este tipo e todos verão como foram parvos."

Esta não era a parte pior do seu plano.

Já que ele queria que o seu hóspede poluísse a boca e o estômago comendo alimentos proibidos, e o próprio Licáon pretendia festejar com a mesma comida, mergulhar no mal, encenando o mais aberrante dos atos desafiando os deuses.
Ele tinha um preso nas suas masmorras, um refém cuja a vida devia ter sido dedicada a ele, mas Licáon não tinha preocupações com o tratamento devido aos reféns. Em vez disso, abriu-lhe a garganta e retalhou o seu corpo usando umas partes para assar e outras foram cortadas para cozinhar.
Licáon cozinhou a refeição com as próprias mãos e colocou os pratos na mesa com pão e vinho.
Alguns dizem que Licáon matou um bebê e o serviu ao hóspede..
Zeus, indignado, repeliu de imediato a carne para longe da mesa e arremessou os seus raios contra as paredes do palácio. Caíram os tetos, tombaram as paredes, e o palácio foi devorado pelas chamas.
Licáon fugiu, mas a vingança de Zeus prosseguiu...
Enquanto Licáon fugia correndo tentava gritar por socorro, mas em vez de saírem palavras humanas... Começou a rosnar e a uivar. As suas roupas rasgaram-se e caíram-lhe do corpo ao mesmo tempo que este mudava de forma.
Ele já não conseguia correr como homem e viu-se a deslocar-se a quatro patas, com os braços transformados em patas. Da sua pele brotaram pêlos fortes, as orelhas prolongaram-se num focinho. Zeus tinha transformado Licáon num lobo. Mas manteve sua mente humana de modo a ser sempre consciente de sua desgraça.

Faço uma pausa na leitura e respiro fundo com a cabeça rodando. Licáon era um rei terrível e teve o que merecia, mas será que isso é verdade? É difícil de acreditar que tudo que li até agora, realmente existe.

Espécies de Lupinos.

LOBO METAMORFO:

É a espécie de lobo que tem a capacidade de se transformar em humano, sendo que sua forma natural é a de lupino.

LOBO-CÃO:

O lobo-cão é fruto da relação sexual entre lobos e humanos. Se uma mulher fizer sexo com um lobo quando este estiver em forma humana e ela ficar grávida, dessa relação nasce uma besta selvagem, indisciplinada, que não segue regras e mata por puro prazer. A aparência do lobo-cão é diferente de qualquer outro lupino. Ele é maior que os lobos normais, tem um odor muito forte, parecido com o de cachorro molhado, sua pelagem é escura e espessa, seus olhos são vermelhos e brilham como chamas na escuridão.

LOUP-GAROU OU LICANTROPO.

São humanos que foram mordidos por lobos e com isso contraíram a doença chamada licantropia. Eles se transformam com a força da lua cheia, tomando forma de uma criatura horrenda deixando sua parte humana para trás, matando tudo o que ver pela frente.

Um dos códigos mais rigorosos da Lua Negra, é que se um caçador for mordido por um lobo em uma de suas caçadas, ele tem que se matar com sua própria arma antes da próxima lua cheia, se este se recusar a fazer, a Lua Negra vai e faz.

"Credo! Que código mais cruel. Forçar uma pessoa a tirar à própria vida." –penso fazendo careta.

LOBOS PURO-SANGUE.

Os puro-sangue, são os lupinos que nascem do cruzamente entre lobos. Esses estão em alta patente no mundo dos lobos por serem considerados os originais. Os puro-sangue também podem tomar a forma humana quando quiserem, embora eles gostem mesmo é de sua forma natural (Lobos).

A porta abre e minha mãe entra carregando uma bandeja com um prato de sopa e alguns pãezinhos.

Sorrio deixando o livro de lado.

Esfrego meus olhos e dou  uma olhada no relógio do celular. São pouco mais das três da tarde. Fiquei tão imersa na leitura que nem percebi o tempo passar.

Mamãe me entrega a bandeja e começa a caminhar pelo quarto evitando me olhar nos olhos.

Meu estômago ronca quando sinto cheiro de sopa.

—E ai, o que tá achando do legado da família? –ela pergunta.

Ponho uma colherada na boca.

—É difícil de acreditar que isso existe. –respondo encarando o livro fechado.

Mamãe balança a cabeça.

—Infelizmente existe e faz parte do que nós somos.

Continua

Voltei!!! Sei que o capítulo ficou pequeno, mas é o que deu pra hoje. Não esqueçam de votar e comentar. Bjuss amores e boa leitura.