27.

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            Continuava estupefacta. Como é que poderiam tirar-lhe o bebé? Quer dizer, é óbvio que podiam nas condições que ela se encontrava, mas agora não, ele está a ser cuidado e não há qualquer razão para levarem o pequeno Jacob.

"Luanna, quem é?" A Kate decide questionar, no pior momento.

Os dois senhores fazem com que me afaste, ao entrarem sem qualquer permissão na minha casa. Eles dirigem-se a ela. Consigo sentir o medo a cair em forma de suor excessivo, e os seus olhos a ficar mais claros dando sinal que lágrimas insistiam abandonar os seus belos olhos. Fecho a porta, não fosse algum vizinho ou paparazzi ouvir coisas a mais, e posiciono-me ao lado da Kate, agarrando o seu braço discretamente.

"Podem explicar-me mais uma vez o que se está a passar aqui?!" Suplico.

"Pedimos perdão, Mrs. Perez, mas não temos quaisquer explicações a dar." O segurança mais baixo, loiro e com os olhos cor de caramelo, profere num tom pacífico e aproxima-se de mim, talvez para tentar acalmar-me. Mas é impossível acalmar-me neste momento.

"Não, não!" Pronuncio. Reparo que a Christine com o Jacob nos braços e a Felicity ao seu lado, vai para a cozinha e fecha a porta com cuidado, para os seguranças não se aperceberem. "Porque é que vão tirar um bebé à mãe? Ele está em melhores condições."

"Quando recebemos uma queixa por parte de alguém em relação a outra pessoa, devemos investigar. E de acordo com o que obtemos, Kate Smith é menor, toxicodependente e mantém um bebé com ela. Temos mais que razões para retirar a criança à mãe."

Estava a tentar arranjar uns bons contra argumentos, mas nada me ocorria. Não passam de puras verdades. A Kate apertou o meu braço como que a pedir para permanecer em silêncio, como percebi, e deu um pequeno passo em frente, pronta para enfrentar os atuais "rivais" dela.

Juro que pensava que ela ia gritar, implorar para deixarem o Jacob com ela pois ela tinha mudado, e estava a largar as drogas por ele, no entanto... Ela deixou a fraqueza apoderar-se da sua alma e murmurou palavras entristecidas.

"E para onde o levariam?" O meu queixo caiu com o espanto e notei que até os seguranças estavam confusos com a interrogação. Ela deixou as lágrimas presas nos olhos, serem livres e de um momento para o outro o ambiente de pânico e espanto tornara-se triste e doloroso de suportar.

"O mais certo é para o centro de adoção." Aquele que me pareceu ser o mais rigoroso apenas proferiu. "Levaremos a criança e amanhã, fica já avisada Mrs.Smith, terá uma sessão no tribunal pelas 10h. Eu peço que esteja presente. Arranjamos o advogado."

Largo a Kate e apenas suspirei. Haverá algo mais prestes a acontecer? O Harry vai passar-se quando eu lhe contar o que acabou de se passar.

"Onde se encontra a criança?" Perguntaram.

As minhas mãos pálidas, do mesmo tom que o meu rosto, tremiam e suavam com todo o nervosismo no clima. Eu necessitava de um milagre agora; queria que isto não passasse de uma brincadeira de mau gosto ou que eu não estivesse a ser alvo de tal desgosto. E algo dentro de mim me dizia que eu tinha que agir espontâneamente como normalmente faço; porém, desta vez é o mais acertado a fazer, não é como das outras vezes em que falei e/ou agi sem pensar.

Então, os meus lábios carnudos entreabriram-se, um suspiro escapou pelos mesmos, ganhei coragem e pronunciei:

"Eu adoto o Jacob. Tenho condições para tomar conta dele, não podem tirar-mo. Haverá alguma forma de eu poder ficar com ele?"

"É familiar dele?"

"Não. No entanto, sou quem tem estado a cuidar dele para tudo se manter em rigor."

"Receio que, sendo assim, não haverá grande chance disso ocorrer. Mas podemos comunicar a proposta hoje no nosso departamento e amanhã no tribunal, damos a resposta." O mais compreensivo murmurou e o outro, para meu espanto, assentiu.

Um curto, mas inseguro e entristecido sorriso preencheu a mágoa presente no meu rosto.

"Significa que já não levam o Jacob?" A Kate meia que guinchou com algum entusiasmo misturado em tristeza. As lágrimas pararam e os seus olhos claros e belos tornaram a brilhar.

"Por hoje, não. Mas tenha cuidado Mrs.Smith, estamos de olho em si, cada passo que dê, nós estaremos a assistir. Qualquer erro executado, será reportado e usado contra si nas sessões do tribunal." Após proferirem, deram meia volta e encaminharam-se à saída da minha casa. "Tenham um bom dia, Mrs. Smith e Mrs. Perez."

A porta é fechada com uma certa força. A Kate deixa o seu corpo cair mole no sofá e cerra os olhos. Tenho vergonha de dizer qualquer coisa, a situação foi deveras humilhante e eu disse mesmo à frente dela que lhe ficava com o Jacob. Sinto-me mal, magoada e jogada. Jogada, no sentido de ter alinhado nestes "jogos" da Kate que seguiram, como o Harry já previa, más direções.

"Se não fosses tu, perdia já o Jacob... Obrigada..." Ela murmurou. "Vais cuidar bem dele, eu vou arranjar trabalho e fazer uma vida sem consumos."

"Chega de dramas, Kate. Eu quero adotar o Jacob para mais tarde to dar, és tu a mãe e sempre serás."

Não dei conta da presença da Christine, já devolvendo-me o Jacob para os braços e chocada.

"O Jacob agora é teu filho?!" Ela arregalou os olhos enquanto cuspiu estas palavras.

"Não propriamente mas... hm, talvez. Eu necessito de proporcionar uma boa vida à Kate e sei que isso só é possível com o Jacob do seu lado."

"Já pensaste no Harry? Como ele vai reagir?"

"Vou contar-lhe tudo amanhã, vamos dar uma volta pela praia talvez... Ele não trabalhará. Ajam como se não tivesse ocorrido nada."

"Isso parece impossível." A Kate e a Christine murmuraram em uníssono.

"Parece mesmo mas terá que acontecer." Suspirei...

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Mais um choque????

O próximo capítulo será dos melhores, mais dramáticos e chocantes de sempre

Dear Me.

Teen(ager) - h.s {sequela TM}Where stories live. Discover now