Capítulo 22

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A Clara ensinou-me a explorar sexo de outras formas, quando a penetração não é a opção mais adequada, além de me ensinar a apreciar o sexo com todo o corpo, não limitando a experiência somente aos genitais.

Falando neles, ela atribuía um apelido carinhoso à sua zona íntima, chamando-a de "Yoni" (termo utilizado no Kama Sutra e no sexo tântrico para designar a vulva). Já o termo para pénis seria "Lingam", mas eu gosto de chamá-lo de "amigão".

Descobri que podia sentir prazer em zonas do meu corpo que antes desconhecia, e continuámos a explorar e aprender cada vez mais!

Além disso, descobri que era possível alcançar o orgasmo sem a necessidade de ejacular! Tentei usar isso como argumento para deixarmos de usar preservativos, mas Clara explicou-me que a pré-ejaculação, que pode ocorrer a qualquer momento, também pode conter espermatozoides. Mesmo assim, pedi-lhe que me ensinasse a alcançar esse "orgasmo seco" (uma prática explorada no sexo tântrico através de exercícios de respiração).

Explorando o mundo do BDSM, que eu já conhecia minimamente, algumas surpresas também surgiram!

Sempre associei o BDSM a violência e sexo mais pesado, mas a Clara esclareceu-me que há algo ainda mais fundamental nesta prática: respeito e limites.

— Então, teremos de fazer um contrato para esclarecer o que iremos fazer? — questionei.

— Não será necessário, basta conversarmos abertamente sobre o assunto.

— Mas sem um acordo por escrito, como é que garantimos que nenhum de nós ultrapassa o limite?

— Simples, se eu te mandar parar, tu paras! Se não parares, levas um murro e eu ponho-te na rua!

(Entendi, melhor não me aventurar sem perguntar primeiro...)

— Além disso, — continuou ela — existe a "Safeword", uma palavra ou sinal que o submisso pode usar para interromper a atividade, se sentir algum desconforto.

Conversámos extensivamente, estabelecendo regras e limites que delineavam o território que estávamos prestes a explorar. Discutimos os papéis de dominador e submisso, abrindo a possibilidade de inverter os papeis, uma vez que a versatilidade da Clara poderia enriquecer ainda mais a experiência! Também definimos qual seria a Safeword.

Ela tinha alguns brinquedos para esse tipo de práticas, como vendas, dildos, vibradores, chicotes/floggers, plugs, algemas, coleiras, mordaças e cordas shibari/kinbaku. Com essas cordas, a Clara ensinou-me a amarrá-la e até a deixá-la suspensa. (Parecia uma obra de arte!...)

Dentro desse mundo mais "pesado", acabei por descobrir algo que a Clara ainda não havia explorado tanto: "Edge play" (práticas com maior grau de risco ou intensidade).

Ela explicou-me que nunca se sentiu confortável com ninguém a ponto de entrar em campos de maior risco.

Mesmo assim, aos poucos, com o seu total consentimento e tentando controlar qualquer risco, tentámos experimentar algumas dessas práticas, como o uso de agulhas esterilizadas (criando sensações eróticas ou de dor controlada), eletroestimulação, spanking ou asfixia erótica (não, não é a mesma coisa que estar com uma mulher na cama e simplesmente apertar-lhe o pescoço... Esta técnica exige concentração e cuidado, tentando trazer uma moderada sensação de asfixia, sem realmente correr risco.)

Além de dominar, também permiti que a Clara me dominasse, permitindo-me sentir as mesmas sensações que lhe proporcionava a ela. A sensação de entregar completamente o meu corpo a alguém em quem confio, assim como sentir alguém a confiar totalmente o seu corpo a mim, é extraordinariamente excitante!

A experiência de ser dominador foi igualmente estimulante. Envolver o lindo corpo dela nas cordas shibari, criando marcas efémeras na sua pele, proporcionava um prazer visual incrível!

Totalmente imobilizada, a Clara ficava completamente vulnerável ao que eu desejasse fazer com ela (respeitando, é claro, os seus limites).

Deslizar suavemente o chicote de couro pela sua pele sensível, enquanto ela se arrepiava por completo, era uma visão totalmente excitante! A qualquer momento, eu poderia passar de carícias leves a açoites moderados, mantendo-a em total suspense. Conseguia sentir a sua ansiedade, por não saber qual seria o meu próximo movimento.

A sensação de ver a Clara totalmente exposta, algemada aos cantos da cama, sem poder fechar as pernas ou tapar-se, era incrivelmente sexy, tanto para mim, quanto para ela! Conseguia perceber o seu constrangimento, mas ao mesmo tempo, a sua excitação total! Essa vulnerabilidade, entrelaçada com um toque de humilhação consentida, criou um ambiente de excitação palpável!

Enquanto ela se contorcia, tentando esconder as zonas vulneráveis do corpo, os seus fluidos escorriam pelas pernas como um néctar divino! Foi num desses momentos que a Clara conseguiu fazer Squirt (ejaculação feminina) pela primeira vez.

Esse tipo de orgasmo pode parecer um mistério para muitos, mas não vale a pena todo esse suspense. É simplesmente um orgasmo, que pode ser tão prazeroso quanto qualquer outro, que algumas mulheres conseguem atingir facilmente, enquanto outras talvez não. O prazer supremo que algumas pessoas encontram nesse orgasmo está principalmente na sensação psicológica de ser algo misterioso e exclusivo.

Quando assumi o papel de submisso, confesso que precisei de ir com calma. Comecei com muitos limites, expandindo-os à medida que me sentia mais à vontade.

A experiência de estar vendado, sem saber o que estava ao meu redor, desencadeou uma sensação estranhamente sensual, combinando ansiedade e arrepios que percorriam o meu corpo.

Ainda hesitante em tocar em certas áreas do meu corpo ou submeter-me a práticas mais vulneráveis, preferi começar com brincadeiras mais leves, como jogos de cera (usando velas específicas de baixa temperatura) ou "role-play" (encenar cenas ou personagens, adicionando elementos de fantasia). O BDSM, para nós, não era apenas sobre dominação... era também sobre entrega mútua.

A distância entre nós durante o dia só alimentava ainda mais a nossa excitação e desejo! Quando não estávamos juntos, a Clara encontrava formas irresistíveis de me provocar. Mensagens provocantes surgiam no meu telemóvel, incendiando a minha imaginação! Perguntava-me, com um toque de malícia, que tipo de roupa interior eu imaginava que ela estivesse a usar. Se eu acertasse, a Clara dirigia-se discretamente à casa de banho e enviava-me uma foto da lingerie completa, ocasionalmente acompanhada por uma imagem mais ousada, sempre cuidadosa para preservar a sua privacidade, ocultando o rosto, mas revelando o suficiente para desencadear a minha imaginação e desejo!

A cada imagem, áudio, vídeo, ou texto de provocação, uma promessa silenciosa de momentos ardentes vinha a caminho. Era uma antecipação eletrizante que aumentava a nossa conexão e desejo um pelo outro, tornando os nossos encontros ainda mais intensos quando finalmente aconteciam. 

CLÍMAX - vem(-te) comigoOù les histoires vivent. Découvrez maintenant