Capítulo 17

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Acordámos a meio da tarde e deliciámo-nos com mais alguns petiscos.

A Clara propôs um jogo de cartas. Eu pensava que o único jogo que se podia jogar a dois era o peixinho, mas ela ensinou-me outros (inclusive, achei piada ao seu baralho de cartas com posições do Kamasutra). O interessante era que, em cada jogo, o perdedor tinha uma consequência a cumprir para satisfazer o vencedor!

Ao cair da noite, após um agradável passeio, voltámos para perto do rio, ouvindo anedotas e stand-ups de comédia que encontrámos na internet no telemóvel dela.

Decidimos fazer mais um jogo. Enchíamos a boca de água e tentávamos conter o riso, enquanto ouvíamos piadas. Quem perdesse, tirava uma peça de roupa.

Gradualmente, perdemos o interesse nos vídeos e começámos a partilhar as nossas próprias piadas, tentando fazer o outro rir.

Além das anedotas, aventurámo-nos no jogo do sério. Curiosamente, parecíamos duas personagens de romances vampíricos, encarando-nos de maneira estranha, tensa e cheia de vazios no amor à primeira vista. Não consegui resistir e soltei uma risada.

Antecipando o próximo encontro, Clara aumentou ainda mais o desafio:

— Para a próxima, vamos ter um dia incrível, sem sequer sairmos de casa!

(Um dia inteiro em casa?) Fiquei curioso para descobrir o que ela tinha em mente. E desta vez, eu também iria contribuir com algo, começando pelo pequeno-almoço!

Consegui acordar antes dela. Observei o seu rosto, enquanto dormia. Para minha surpresa, ao contrário da maioria das mulheres com quem dormi, ela não estava toda produzida, nem dormia como uma princesa de contos de fadas. Pelo contrário... estava toda despenteada e ressonava de fininho. Só faltava a pequena babinha no canto da boca. (Estava tão adorável!)

Tentei acordá-la da mesma forma que ela me acordou no outro dia, mas parecia ter um sono pesado.

Plano B: Pequeno-almoço!

Desci as escadas, vasculhei a cozinha e deparei-me com um pequeno detalhe: nem sei cozinhar...

Bem, pelo menos ovos sei fazer! O desafio era fazê-los ficarem intactos... Se correr mal, faço uma omelete (e finjo que era essa a intenção desde o início)!

Enquanto preparava a minha obra-prima, ouvi a voz dela. A Clara acordou e estava prestes a descer as escadas.

— Tiago?

Apressei-me para terminar a omelete (sim, os ovos desfizeram-se) e decidi imitar os grandes chefs, tentando lançar a comida ao ar com a frigideira!

No entanto, quando tentei praticar rapidamente, ela já tinha descido as escadas, e o ovo acabou por cair na minha cabeça.

(Pelo menos, consegui arrancar-lhe um sorriso.)

— Tiago, queres que te ajude com o pequeno-almoço?

— Nem penses! Hoje quem faz a cama és tu!

Mais uma gargalhada preencheu o bom ambiente.

Neste belo dia passado em casa, começámos pela atividade que eu menos esperava: Limpezas.

Não era exatamente o que tinha em mente para diversão, mas compreendo que a casa também precisa de cuidados, e não me custaria ajudar, apesar de não saber a utilidade de cada produto... Eram frascos de tantas cores, e metade deles parecia servir para o mesmo. (Pensava que bastava água e detergente para limpar qualquer coisa).

Apesar de ter ficado meio desanimado com a ideia, as limpezas acabaram por ser menos aborrecidas do que imaginei!

A Clara subiu às minhas costas para alcançar os lugares mais altos. Para aqueles que eram mais altos ainda, eu segurava uma escada, enquanto ela subia, usando um vestido curto (o qual suspeito ter sido escolhido propositadamente, então aproveitei para apreciar a vista daqui de baixo).

CLÍMAX - vem(-te) comigoUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum