Capítulo 13

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Após a sobremesa, deixámos o restaurante.

Sugeri que voltássemos ao hotel, mas a Clara fez outra proposta.

— Se pretendemos prolongar a diversão e se realmente queres conhecer-me, que tal vires a minha casa?

Fiquei boquiaberto, sem saber o que responder, temendo que fosse uma pergunta com rasteira...

— Vamos! — insistiu ela — Eu já estive no teu território, agora, é a tua vez de entrares no meu!

— Mas não estás a pagar o hotel?

— Eu vim para o teu hotel em trabalho, não estou a pagar nada. Na verdade, são vocês que me estão a pagar para redecorar algumas salas e pintar uma coleção original. Talvez ainda não tenha mencionado, mas eu sou artista. Além de pagarem pelo meu trabalho, oferecem-me hospitalidade. Mas admira-me que não saibas desses trabalhos que estão a ser feitos no teu próprio hotel!

— Sim, eu tenho sim conhecimento desses trabalhos! Fui eu quem deu a ordem para contratarem um artista. Apenas não sabia que eras tu!

— E então, vamos?

— Bem, claro! Vamos no meu carro! Posso levar-te a dar uma voltinha. — sugeri, tentando lançar um pouco de charme e ostentação.

— Prefiro que nos leves a minha casa mesmo. Nem é muito longe. Além disso, não queres saber se acertaste no sabor?

Nem disse mais nada e fui rapidamente buscar o carro.

Pelo caminho, tentei exibir a minha boa condução, mas ela estava mais concentrada em explicar o caminho (já percebi que a ostentação não irá impressioná-la de nenhuma forma).

Chegámos ao destino. Era uma casa simples e bonita. Perguntei-lhe se alugou algum quarto, ou se a dividia com alguma amiga (tive receio dessa pergunta soar mal, mas a verdade é que não a imaginava com dinheiro suficiente para pagar uma casa sozinha... na verdade, nem sei no que ela trabalha exatamente, além da arte), mas a Clara explicou que vivia sozinha mesmo. É estranho para mim imaginar uma mulher solteira, sozinha e feliz.

— Não te sentes sozinha? Não sentes falta de companhia, de vez em quando?

— Em tempos, senti... então, arranjei um cão!

(Bem, realmente, um cão é mais leal do que um homem...)

— E sexualmente, não sentes desejos quando estás sozinha?

— Em tempos, também senti... então, arranjei um vibrador! Se consigo ter o presunto, porque hei de aturar um porco em casa? Um vibrador é mais económico; está sempre aqui para mim; não se cansa; posso levá-lo na minha mala para qualquer lado; tem diversos formatos, tamanhos e funções; não reclama das minhas imperfeições; não me troca por ninguém; e não se importa que eu arranje outros!

(Não sabia como argumentar contra isso...)

Entrámos e observei o interior da casa. Simples, bonita e bem arrumada, com alguns quadros feitos por ela.

Na sala, estava um cãozinho, que correu na direção da Clara, com uma explosão de saudade que me fez entender porque é que ela optou pela companhia de um cão, em vez da de um homem.

Subimos até ao quarto, o que me deixou ansioso porque, depois de tudo o que encontrei na suite dela no hotel, não esperava menos que um quarto de BDSM.

Quando entrei, para minha surpresa, era um quarto normal...

Estava decorado com algumas das suas artes manuais e luzes de ambiente.

CLÍMAX - vem(-te) comigoWhere stories live. Discover now