Capítulo 66:

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O Stefan encarou-me com um olhar fatal, mas, antes que conseguisse dizer ou fazer algo, eu reagi!

A cabeça era a única parte do meu corpo que eu conseguia controlar, então, usei-a para dar-lhe uma firme cabeçada, bem forte!

A dor momentânea surpreendeu o Stefan, que se curvou ligeiramente, deixando o meu corpo levemente liberto.

Aproveitei a oportunidade e ergui o joelho com toda a força! O golpe acertou-o em cheio "naquela zona", fazendo-o baixar-se ainda mais, libertando as minhas mãos!

Toda a ação desenrolou-se num turbilhão de golpes rápidos e decisões audazes!

Com um movimento apressado, alcancei a minha mala, que estava ao meu lado, e enfiei-a na cabeça dele! Arremessei-o para trás com toda a força, fazendo-o cair no chão.

Sem hesitar, comecei a correr, porém, conseguiu agarrar a minha perna, derrubando-me... mas eu não iria desistir agora!

Determinada, dei-lhe um chute certeiro no rosto com o meu salto alto, obrigando-o a soltar-me.

Apanhei o meu telemóvel, que havia caído ao chão, e agarrei também a arma e algumas balas (por precaução, afinal, estava em pânico e não sabia como aquilo iria terminar, nem se realmente sairia dali viva). Levantei-me rapidamente e corri em direção à varanda, enfrentando uma onda de memórias antigas. Lembrei-me da última vez que estive lá, e da tareia que levei nessa noite, por não ter tido coragem de fugir.

Para piorar, a maçaneta da porta dessa mesma varanda estava forrada, impedindo que eu a abrisse. (Não... desta vez não! Desta vez, não iria desistir!)

Com determinação, carreguei a arma com as balas e disparei-as contra o vidro, até conseguir rachá-lo o suficiente para agarrar no primeiro objeto pesado que encontrei e lançá-lo contra a janela!

Com a força do impacto, consegui partir o vidro em pedaços suficientes para passar entre eles.

Protegendo o meu rosto com as mãos, passei pelos cacos que esvoaçavam. (Desta vez, não iria deixar que o medo me dominasse!) Determinada, preparei-me para saltar para a piscina! Sem hesitar, reuni toda a minha determinação e, com um impulso firme, empoleirei-me na varanda e saltei!

Observei a piscina, alguns metros abaixo de mim, mas... nesse momento, senti as mãos do Stefan alcançarem os meus cabelos, agarrando e pressionando os dedos junto à minha cabeça!

Ele conseguiu apanhar-me, deixando-me pendurada na varanda, presa somente pelos cabelos!

A chuva começou a cair intensamente, acompanhada de trovões que aumentavam o meu pânico!

A tensão no ar era palpável... Conseguia sentir o desespero nos batimentos do meu coração, cada vez mais intensos...

— Deixa-me ajudar-te, agarra a minha mão! — a voz do Stefan ecoou nos meus ouvidos, e o pânico pulsava nas minhas veias. O telemóvel escapou da minha mão, caindo na relva, mesmo ao lado da piscina. (Tinha de fazer alguma coisa!)

Tentando aliviar a dor tremenda dos meus cabelos a suportarem o peso do meu corpo, juntamente com a pressão dos dedos do Stefan na minha nuca, apoiei-me nele, agarrando a sua mão. Enquanto o Stefan tentava puxar-me, agarrei num pequeno x-ato que tinha escondido na minha roupa, por baixo do vestido. (Trazia-o comigo sempre que saía de casa com algum receio, e este jantar trazia-me mais receio do que nunca!)

Assim que o Stefan viu o x-ato, agarrou-o bruscamente, mas eu não o larguei. Não iria ceder!

De olhos fechados, ouvi novamente a sua voz:

— Não vais fazer nenhuma loucura! Vamos, eu sei que não és capaz de me magoar...

Permaneci em silêncio, segurando o x-ato com determinação. Entre a chuva e o trovão, as suas palavras ecoavam, mas eu estava concentrada em uma única ação...

— Clara, deixa-me ajudar-te, deixa-me salvar-te! Eu não vou desistir de ti!...

Ainda de olhos fechados, respirei fundo e respondi:

— Eu também não vou desistir de mim... e vou salvar-me a mim mesma!

Num movimento decidido, abri bruscamente a lâmina do x-ato, puxando-a em direção à minha nuca, onde ele segurava fortemente os meus cabelos!

Libertei-me das suas mãos, e caí... 

CLÍMAX - vem(-te) comigoWhere stories live. Discover now