Máscara Lunar

Ajuda Externa

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Agora uma breve interrupção de nosso ilustríssimo anfitrião: Crisóstomo, o Coelho.

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Ah, olá de novo O.S.R. Desculpe, acabo de interromper a narrativa bem no meio. É, é, foi mal, mas foi por um bom motivo, você verá.

Hã, o Gerard? Ah, sim, ele está bem mais calmo agora, como pode perceber. Acho que ele cansou ou está, talvez, interessado na história. É, uma hora ou outra eu peguei ele dando uns cochilos e tive que dar uns tapinhas na cara dele pro moleque acordar, mas está tudo bem. Os olhos lacrimejantes dele? Não, não, não são lágrimas de dor, são lágrimas de agradecimento por eu ter acordado ele para acompanhar a tão emocionante história do Álvaro, pode confiar.

Por falar nisso, sim, foi esse o motivo para eu ter interrompido a narrativa.

Vejamos, eu li bem o nome na capa? Está correto? Qual o título que está estampado bem ali? É isso aí, "Máscara Lunar", é, esse é o título da história. E até agora, quantas menções até agora se teve ao tal de Máscara Lunar? Eu conto nos dedos! Afinal, esse ser é uma pessoa? Uma entidade? Uma simples peça de vestuário exótica? Eu não sei! Até agora o Álvaro, que vive falando sobre querer aventuras, sobre querer aprender magia, só tá vagabundeando por aí andando em lojas de discos, lojas de roupas, livrarias... tsc...

Certo pode ter sido eu a conjurar a história no espelho para visualizarmos, mas para você ela passa através de um filtro, um portador da narrativa... o arauto.

(Na verdade eu quem sou o arauto, ele está mais para subordinado do arauto).

É isso aí, estou falando do autor, ele me dá nos nervos às vezes, mas foi o que deu pra contratar. Vamos reclamar com ele pessoalmente.

Aqui, Gerard, sim... pare com isso, você ainda não desistiu dessa ideia besta de fugir? Pare de se debater feito um moleque chorão, tenha maturidade, você está parecendo um peixe fora d'água, está ridículo, achei que tivéssemos passado dessa fase.

Por aqui, O.S.R, e não ligue para a inquietação do Gerard. Aqui, aqui, dobremos três vezes à esquerda, três vezes à direita, três escadas para baixo, quatro escadas para baixo.

Ali, ali está ele! Olá, Vincent!

— Quê?! C-Crisóstomo? O que está fazendo aqui?! Espera, esse aí todo amarrado e amordaçado no seu ombro é o Gerard? Por que ele está assim? Ei, ele não vai ser um personagem importante no futuro ou algo assim?

Calma lá, meu amigo, não fique tão ansioso. Ademais, não se importe com o Gerard, estamos aqui por sua causa.

— Minha causa? Que que é?

Bem, eu e o O.S.R estamos aqui para reclamar do ritmo da história, ela parece não sair do lugar! Por favor, meu chapa, você precisa mesmo ficar mostrando essas besteiras do Álvaro saindo para passear? Tendo jantares num jardim de sonhos com aquele esquisito do Gealach? Precisa ficar dando tantos detalhes sobre esse jantar? E sobre os discos e estabelecimentos da cidade? Eu quero lá saber disso! Cadê a Máscara Lunar? Cadê os bichos estranhos, a magia, a ação, a aventura?

— Ah, o Álvaro é um ser humano, sabe? Nem tudo são sobre aventuras, sobre lugares fantásticos e feitiços espalhafatosos, às vezes é sobre o comum cotidiano, sabe? Tipo andar num fusquinha velho amarelo ao invés de viajar em tapetes voadores ou coisas fantasiosas como essa.

Mas não pode ser só isso, né?

— Agora que Álvaro está cara a cara com Maldrekggart, talvez as coisas podem ter um andamento mais de aventura e fantasia agora, mais magia e perigos no decorrer da narrativa.