Galinhas e Estrelas

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A meia-noite estava mais perto do que longe agora. Beatrice estava realmente irritadiça e mastigava vorazmente biscoitos recheados sabor "floresta negra", que, segundo ela, eram seus favoritos. Radu tinha parado o carro no acostamento de uma rodovia deserta. Ele, Eleonora, os irmãos albinos e Atlas estavam esperando alguém aparecer ali. Beatrice reclamava constantemente, mas ninguém lhe dava muita atenção.

Depois de algum tempo esperando naquele lugar isolado, Álvaro viu um garoto que se aproximava. Pelo visto era ele quem Eleonora e seus amigos esperavam, um mero garoto de boina que aparentava uns dez anos de idade que chegou ali numa bicicleta.

— Finalmente, não aguentava mais esperar pela ação. — Jasper sorriu ao ver o garotinho chegar ali.

— E aí, Jasper. — O garoto respondeu com tom monótono, preguiçoso, — Ely... e olá pros outros também, sintam-se cumprimentados. — O garoto olhou para Álvaro, os olhos de pálpebras pesadas, — até quem eu não conheço.

— Quem é esse menino? — Álvaro perguntou.

Latch, Álvaro. Álvaro, Latch — Eleonora apresentando os dois.

— Prazer. — Álvaro sorriu para o garoto e ofereceu a mão, mas não a teve apertada,

— É, é, prazer e tal. — Ele falou preguiçosamente enquanto encostava a bicicleta num lugar. Álvaro fez uma careta sentindo-se ignorado.

— Olhando assim ele parece só um garotinho magricela, né? — Jasper disse para Álvaro, — mas esse malandro já tem dezoito anos de idade, ah, ah, ah! E a habilidade dele... ah, a habilidade é invejável!

— Então você também é feiticeiro. O que sabe fazer? — Álvaro perguntou para Latch.

— Ele detecta, fecha e abre qualquer fechadura não arcana. — Jasper respondeu pelo garoto, que parecia só um magricela preguiçoso às vistas de Álvaro.

— Então, vamos fazer ou não? — Latch perguntou sem dar muita importância.

— Mal posso esperar pra ver o trombadinha em ação de novo! — Jasper falava empolgado, Eleonora e os outros se entreolharam como se estivessem prestes a dar a ele uma notícia ruim.

— Então, Jasper, é que... você não vai.

— Quê?

— Alguém tem que ficar com o Álvaro e a Beatrice.

— Ah é? E por que eu?

— Eu vou para ouvir tudo — Liriel Alva Umbra falou, — o Radu para fazer aquelas coisas de sombras de vampiro, o Latch é óbvio, precisa abrir as coisas, o Atlas vai usar a força dele e a Ely, é claro, tem que ir falar com as penosas. Tem espaço pra você não, pentelho. — Uma sombra de sorriso satisfeito brevemente desenhou uma curva nos lábios da moça.

— A sua habilidade pode ser... meio imprevisível, Jasper. — O tom de Eleonora era como de quem se desculpa.

— Certo, já entendi, me trouxeram aqui pra ficar de babá! — Jasper fez beicinho cruzando os braços o que o fez parecer um menininho mimado.

— Não! — Eleonora o respondeu com tom horrorizado moderado, — você é um de nós, é claro. Um maluco divertido, não foi só por isso, você é a alma do nosso grupo, não foi só pra ficar de babá, garanto. Você é importante aqui.

— A-hã! — Liriel riu debochada, Atlas e Radu abafaram risinhos.

— Certo, certo eu entendi, vão lá sem mim, mas não se arrependam quando precisarem do meu fantástico poder nessa operação!

Máscara LunarWhere stories live. Discover now