Abismo da Sombra Luminosa

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Ambrose reclamava como ele sempre fazia e parecia gostar, enquanto Eleonora passava um unguento fornecido pelo velho nas queimaduras do menino, enquanto eles estavam na lojinha de ervas que pertencia à Ambrose, onde ela trabalhava. A moça falava algo sobre ter sido uma brincadeira muito cruel e que Álvaro havia sido muito corajoso.

Eles estavam ali depois de terem se despedido de Caitlin, a garota agradeceu muito aos dois, mas falou que precisava ir para casa. Sem se tocar, Álvaro não tivera a chance de devolver o colar da garota, ele havia esquecido.

O unguento mágico que Ambrose fornecera havia funcionado muito bem, o dano dos feitiços do trio de bruxinhas resumia-se agora às roupas danificadas de Álvaro. Depois dele ter se recuperado, Beatrice afirmara que havia adquirido o livro para ajudá-lo no controle de seu poder mágico "Awen: Desvendando os Segredos da Energia Mágica" por Alden Caelum. Álvaro a agradeceu e ela disse que não havia tempo para isso que ele devia agradecê-la controlando logo seu poder mágico para ele ir embora o mais rápido possível.

"É verdade" Álvaro pensava, "assim que eu aprender a controlar meu poder mágico, vou ser mandado embora e aí adeus mundo da magia. Velho gagá, nem me ensinou nada direito."

Sem perder mais tempo, Álvaro se pôs a ler o livro que Beatrice havia lhe dado. Ajudou, mas só parcialmente.

Numa noite de quinta dessa mesma semana, Eilistraee, a aranha brilhante de Gealach, apareceu para ele. Novamente o garoto a seguiu até a janela do andar de cima, onde seu amigo de terno azul o esperava em sua vassoura. Gealach o cumprimentou com seu costumeiro "Olá, jovem amigo" no que Álvaro esboçou um sorriso. Ele estava ali para ajudá-lo de novo, o garoto tinha certeza.

— Na verdade, meu jovem amigo, — disse Geallach enquanto eles já voavam pelos céus na vassoura, — eu é quem precisarei de sua ajuda.

— O que posso fazer por você?

— No estado em que você se encontra agora, nada. Por isso vou te dar uma coisa. — Ele disse enquanto pousavam. Os dois voaram novamente até o casebre do espelho que se abria em uma porta. Antes de entrarem, Gealach tirou o chapéu da cabeça e tirou algo de lá de dentro. Era o que parecia uma varinha entalhada com símbolos mágicos e uma pedra arroxeada na ponta.

— Uau! Isso é o que eu acho que é? É uma varinha mágica? Isso vai me ajudar a focar meu poder mágico ou coisa assim?

— É uma varinha mágica, de fato. Elas funcionam de maneira peculiar, jovem amigo. São criadas sob circunstâncias específicas, entalhadas em símbolos próprios e encantadas com algum tipo de magia. Um só tipo de magia. Ou seja, cada varinha tem funções específicas. Esta aqui é chamada de "Desfazedora de Ilusões", o nome já diz tudo.

— É pra mim?

— É. — Gealach ofereceu a varinha para Álvaro, mas no momento em que o garoto foi pegar ele a tirou de seu alcance. — Mas para usar a varinha da maneira devida, você deve primeiro aprender a controlar sua Awen. É nisso que eu irei ajudá-lo.

Debaixo de uma das estátuas do jardim de Gealach, havia uma passagem que Álvaro sentiu como mágica. Eles a atravessaram e se viram numa ampla caverna subterrânea em que havia diversos precipícios separados por longas distâncias, muito abaixo desses precipícios borbulhava um material que parecia ser escuridão pastosa borbulhante, era como se fosse lama feita de pura sombra. Na abóbada da caverna havia fungos bioluminescentes, estalactites e criaturas que lembravam morcegos. No solo, cheio de elevações pontudas, Álvaro percebeu em muitos pontos buracos profundos muito, muito escuros. A caverna em si já era bem escura e a única iluminação do local era a muito sutil luminescência esverdeada dos fungos espalhados por aquele subterrâneo.

Máscara LunarWhere stories live. Discover now