Capítulo 91

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Bianca

Vejo o carro saindo da porta da minha casa, logo no batente tá as duas sentadas, a moto da Tifanny tá estacionada na calçada do outro lado e nas minhas mãos eu tô cheio de bolsas, porque quase comprei a lanchonete inteira.

Eu olho pra elas me olhando e nego com a cabeça, as duas sumiram bem na hora que o Victor falou que podia ir embora, fiquei lá no meio dos traficantes, minha sorte que o mais traficante de todos é o meu namorado, eu acho que é namorado, mesmo ele dizendo que não é.

Tifanny: Olha se ela não trouxe um lanchinho pra gente, Thalita! - ouço a voz dela e vou caminhando até o primeiro degrau, depois pulo os outros, porque elas tão sentadas - Ele te deu dinheiro pra comprar isso tudo? - eu confirmo e ela torce o bico - Não tenho inveja, pelo menos o meu me deu uma PCX, não importa como...

A Thalita olha pra ela, estreitando os olhos e eu dou uma bolsa pra minha avó, que tá sentada na sala, esperando a mãe da Giovana chegar pra buscar ela. Volto pro lado de fora, segurando as outras bolsas e logo entrego na mão das meninas, me sentando no banquinho encostado, na parede azul clarinho, daqui de casa.

Thalita: Eu tô até agora tentando saber como tu conseguiu essa moto, porque as contas não tão batendo - eu concordo, do nada ela apareceu com a PCX e ainda falou que os métodos dels não podem ser julgados - Conheceu o cara essa semana e ele te deu uma moto?

Tifanny: Eu acho melhor vocês não saberem, porque a gente tá comendo - eu dou risada, afastando a bolsinha de plástico, envolvendo o pão e logo dou uma mordida no hambúrguer recheado, sentindo o molho no cantinho da boca, enquanto ela continua - Eu fui longe pra conseguir isso, pode julgar meus métodos, mas não meus resultados.

Eu: Tá falando demais, o que foi que aconteceu? - ela estica os pés no chão e suspira fundo, virando o rosto pro lado, enquanto a Thalita bebe a latinha de coca dela - Fala, Tifanny, o que você fez?

Tifanny: Tava falando com o Choco ontem, ele tava querendo me chamar pra sair e eu neguei, porque ia me encontrar com esse cara - eu presto atenção, reperando nas mãos dela em frente ao rosto, querendo rir, mas conta com o rosto coberto pelas mãos - Ele deve ter uns 40 anos e me prometeu um presentinho, eu concordei com qualquer condição e o que ele me pediu foi um fio terra - eu franzo o cenho sem entender e a Thalita abre a boca cheia de comida - Eca, nojenta, fecha essa boca!

Thalita: Eu sou a nojenta? Você enfiou o dedo no cu do cara e eu sou nojenta? - agora eu entendo e dou risada, vendo a cara da Tifanny - Exame de próstata tá diferente.

Eu: Credo, Tifanny! Eu achei que você tinha dado o anel pra ele, mas enfiar o dedo nele foi pior, tu disse que não sentia inveja de mim, mas pode sentir - ela manda dedo e eu dou risada - O meu me deixa dirigir a BMW dele, ainda disse que vai me dar ela e eu nem preciso fazer isso, muito pelo contrário.

Tifanny: Muito pelo contrário? - ela abre os braços e eu mostro o polegar, enquanto mastigo - Tu já deu o cu pra ele? Chocada, passada, bixa! - a Thalita me olha e eu nego rápido.

Eu: Não dei e nunca vou dar, essa parte é sagrada, só serve pra uma coisa e é só isso mesmo, Deus me livre! - elas dão risada debochando e eu dou ombros - Pode rir, mas no dia que eu der isso pra ele, vocês podem me considerar uma mulher morta.

Thalita: Cuidado pra não pagar com a língua tá? Ou melhor, com o cu - eu dou risada e ela confirma, puxando mais um hambúrguer da bolsa, enquanto fala - Tu era lacrada até 3 meses atrás, hoje tu dá todo dia, tu tá pra frente, Bianquinha.

[...]

Depois de comer a gente fica aqui na porta, conversando as coisas que foram acontecendo nesses dias. Eu contei o mínimo do mínimo, porque foi tanta coisa e tem muitas que não se contam, porque é a minha intimidade com o Victor, então fica restrito entre nós dois, o povo só vai saber o que a gente quer que saiba, melhor assim pra evitar tanta exposição.

Além do ImpossívelWhere stories live. Discover now