Capítulo 28

16.7K 860 103
                                    

4/7

Borges

Olho a contenção seguindo meu carro, em poucos minutos eu tô encostando a Evoque na esquina pra saber o que vou fazer com essa situação toda. Travo as portas após tirar o celular do carregador, me aproximando dos homens armados ao meu redor.

Aranha: Patrão, vou encostar ali com os outros pra ficar na tua espera - eu confirmo colocando as chaves no bolso andando até o cara com o fuzil encostado na parede.

Eu: O cara já falou alguma coisa ou tá na merma? - pergunto recebendo a atenção de todos.

Pitoco: Ele tá trancado nesse barraco aí desde que tu subiu, ninguém entrou - confirmo olhando ao redor sentindo o vento frio - o facão tá na mão.

Eu: Me dá essa porra logo - ele me passa a pexeira amolada pra caralho e eu ajeito a arma nas costas - fica aí quero ninguém comigo.

Caminho respirando fundo, tô tranquilo depois de transar pra caralho com a pretinha, mas é uma tranquilidade momentânea, tô ligado que vou me estressar pra caralho agora. Abro a porta da casa com um chute forte que faz o barulho ecoar pelo local sem nada dentro, fecho virando de costas e me viro olhando o fudido caído no chão, encostado na parede branca que hoje vai ganhar uma cor, ficar vermelhinha igual o Mengão.

Eu: Tá tranquilo na tua estadia? - ironizo chegando perto dele que me olha sério - vai responder não?

Patrick: O que eu tinha pra falar já foi dito, acredita se quiser - eu me abaixo ficando um pouco maior que ele - como eu disse, vai fazer mais uma das suas covardias.

Eu: Tô ficando ofendido pra caralho, pô - arrasto a ponta da faca no chão de cimento - teu celular carregou, vou te dar um tempo pra passar a senha, se não passar eu escolho por onde começo.

Patrick: Tu é comediante né? - vejo o sorriso irônico em seus lábios - quero ver quando for a tua hora se tu vai tá sorrindo assim.

Eu: Tu me espera lá no inferno e eu conto umas piadas pra tu e o diabo, mas antes tu vai lá conhecer o território, pô - ajeito meu boné tirando o celular dele do bolso ligando em seguida - vai me passar a senha assim que ligar, filho da puta.

O aparelho em minhas mãos leva uns segundos pra ligar e quando liga eu dou uma risada irônica olhando pra tela vendo a caveira como papel de parede. Ouço o som das notificações chegando e cruzo meus braços me levantando pra sentar na cadeira de frente pra ele.

Eu: Policial... - ele me encara respirando fundo - pra policial eu pensei que seria mais inteligente. Qual o caralho do pensamento de subir uma favela, ficar rodando o bagulho todo pela madrugada e depois fingir que o pneu furou e dar sumiço aparecendo horas depois? - me inclino olhando nos olhos dele - caveira tá braba, tu quer que eu te deixe assim?

Patrick: Tu é um fudido, pode tentar pagar de fodão, mas teu destino é morrer com um na cara - eu confirmo entregando o celular pra ele - não vou dar o que tu quer.

Eu: O cu? Quero não, pô - me inclino na cadeira pegando a faca que tá ao meu lado - pega esse caralho e coloca a senha, tô ainda sendo tranquilo contigo, não me testa e faz esse caralho logo, porra.

Ele olha nos meus olhos sorrindo irônico e eu me agacho pegando uma mão amarrada pela corda na cor cinza e aproximo a faca escolhendo o dedo mindinho.

Além do ImpossívelWhere stories live. Discover now