Capítulo 38

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Borges

Seguro a mão do comédia na minha frente e dou um sorrisinho de lado olhando como esse cara consegue ser mais feio pessoalmente, não é questão de diminuir os outros pra se sentir superior. Mas papo reto? Eu sou bonito pra caralho e esse maluco perto de mim é de fuder, e pensar que ele tá com ela aqui na minha frente fode ainda mais a minha cabeça.

Ferreira: Tudo na paz, mano? - sinto os braços da Nayara ao redor do meu pescoço, olho a Bianca com a atenção pro outro lado, desço o olhar até as mãos dadas com esse viado na minha frente e um tempo depois olho pra ele de novo.

Eu: Tranquilo, pô! Tua namorada quer sentar aqui não? Parece cansada - ele olha pra mim sorrindo sem emitir som e ela vira tocando o ombro dele - Se quiser sentar eu dou espaço, papo reto.

Ferreira: Ela não quer não, mas vou seguir, satisfação, Borges - balanço a cabeça vendo ele seguir, olho a bunda grande passando por mim e me seguro pra não puxar a saia curta pra baixo.

Nayara: Tá tudo bem? - pego um balde cheio de baseado tudo bolado, tiro um e acendo com o esqueiro em cima da mesinha, onde tem um copo com whisky e gelo de coco que o Choco deixou pra mim assim que voltei - Responde, Borges.

Borges: Tá, Nayara, tá tudo bem, coração tá batendo ainda - ela segura meu rosto dando um selinho e eu coloco o rosto pro lado dando uma tragada forte, sentindo o máximo do meu fôlego sendo atingido - Por que tá me olhando com essa cara? - percebo o olhar desconfiado dela na minha direção - Sem enrolação, fala logo, pô.

Nayara: Aquela ali não era a menina que tava com você ontem? - penso um pouco e lembro do momento que ela passou na rua e eu tava com a Bianca - Eu lembro dela, ela quem fez minhas unhas.

Eu: Tô ligado - giro o anel no dedo olhando pro rosto da loira sentada no meu colo - Numa boa eu vou te dar um papo, tu abraça se for esperta - ela espera minha resposta já fazendo cara de manhosa - Não me olha assim, que tu tá ligada nas tuas palhaçadas do passado, eu só te aviso que não quero saber de nenhuma reclamação sua pra cima dela - ela toca minha corrente com o semblante neutro - Responde que tu ouviu.

Nayara: Eu entendi, não vou fazer nada, até porque ela é uma menina pra você - pego o copo com whisky e dou um gole sentindo a ardência na garganta - As outras eu tive problema porque me sentia insegura, mas com ela? - aponta a cabeça pra trás e continua falando - Ela não me atinge de forma alguma.

Eu: Teu problema é esse, tu se emociona com o simples - respondo, apontando o dedo com a mão que segura o baseado entre eles - Tu não tem que se sentir insegura com ninguém, porque ninguém vai tomar o teu lugar - dou uma pausa fumando - Até porque tu não tem lugar nenhum em minha vida, não tô te dando fora, apenas um toque.

Nayara: Você tá com raiva de outra coisa e tá querendo descontar em mim, Borges - se afasta ainda sentada na minha perna - Tá assim porque ela tá com outro cara e não com você?

Eu: Vai começar? - desencosto do encosto de couro olhando bem nos olhos dela - Vai dar uma volta pra eu trocar uma ideia com os cara, vai.

Nayara: Promete que vai passar a noite comigo? - segura meu rosto puxando meus lábios entre os dentes - Eu vou encontrar com uma amiga e ficar com ela um pouco, mas na hora de ir tu me chama.

Eu: Chamo, vai lá - aponto pra frente, sentindo a cabeça naquela pequena tensão de um dia estressante, sei quando tô estressado quando a minha testa começa com uma dorzinha fraca e insuportável bem no centro do rosto.

Levanto chegando perto dos manos tudo conversando, que ao me ver abrem espaço na roda. Eu tiro minhas correntes de dentro da camisa, enquanto fumo um fino de canto.

Além do ImpossívelWhere stories live. Discover now